Todas as cores: um roteiro cultural para celebrar o Orgulho LGBT+ no Rio

Do show de Ney Matogrosso no Vivo Rio a mostra queer no Estação NET Botafogo, passando por exposição de Robert Mapplethorpe e peças de teatro

Por Kamille Viola
28 jun 2023, 16h41
Ney Matogrosso com body suit dourado cantando sob as luzes do palco
Ney Matogrosso: artista se apresenta no Vivo Rio (Reginaldo Teixeira/Divulgação)
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CINEMA

Quem Quer Queer?

Primeira retrospectiva do Estação com essa temática, conta com clássicos, filmes que marcaram época ou que merecem ser redescobertos, inéditos e contemporâneos, de diversos países (Brasil, Coreia do Sul, Japão, França, Quênia e Alemanha, entre outros). Entre os destaques dos próximos dias, estão Tudo Sobre Minha Mãe, de Pedro Almodóvar, nesta quinta (29), às 21h; Garotos de Programa, de Gus Van Sant, na sexta (30), às 21h10, e a Maratona Queer, também na sexta, às 23h59, com três filmes.

Estação Net Botafogo. Sala 1. Rua Voluntários da Pátria, 88. R$ 14,00 (sessões normais) a R$ 30,00 (Maratona Queer). Ingressos pelo ingresso.com.

EXPOSIÇÃO

Robert Mapplethorpe: Mais Que Um Rosto

Rosto de um homem de perfil com amarações
Robert Mapplethorpe: entre as obras da nova exposição, está a fotografia Scott NYC (1978) (Robert Mapplethorpe/Reprodução)

Considerado um dos grandes nomes da fotografia do século XX, o artista nova-iorquino usou o corpo e a sexualidade como terreno para experimentação em seu trabalho. Reunindo imagens da segunda metade dos anos 70 aos anos 80, a mostra aproxima temas presentes nas fotografias de Mapplethorpe e no romance japonês Confissões de Uma Máscara (1949), de Yukio Mishima. Ambos recriam arquétipos, fetiches e personagens ligados ao desejo e às relações entre sexo, violência, masculinidade e submissão. Tão icônico quanto polêmico, o Mapplethorpe chocou, ao longo de sua curta carreira, com os registros da cena gay e sadomasoquista de Nova York. Os conservadores tentaram conter a disseminação des seu trabalho: ele teve livros recolhidos e exposições embargadas.

Carpintaria. Rua Jardim Botânico, 971, Jardim Botânico. Ter. a sex., 10h/19h. Sáb., 10h/18h. Grátis. Até 22 de julho.

SHOWS

Mega Stalker

Encerrando as comemorações do mês do orgulho LGBTQIA+, a boate Stalker sai de sua sede para uma grande celebração na quadra da Unidos da Tijuca. O samba dá lugar às batidas do funk da cantora Lexa, ao pop de Thiago Panteleão e ao pop amazônico de Lorena Simpson. Nos intervalos dos shows, DJs irão comandar a pista de dança.

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Quadra da Unidos da Tijuca. Av. Francisco Bicalho, 47, Santo Cristo. Sáb. (1), 23h. R$ 100,00 a R$ 120,00. Ingressos pelo VamoApp.

Ney Matogrosso

Aos 81 anos, Ney Matogrosso é um dos maiores ícones LGBTQIAP+ da nossa cultura. Em turnê do álbum Bloco na Rua, cujo registro ao vivo foi indicado ao Grammy Latino em 2020 na categoria melhor álbum de música popular brasileira, ele se apresenta no Vivo Rio. Com pegada roqueira, o show dá nova roupagem a canções dos mais diversos artistas, indo de Jardins da Babilônia (sucesso de Rita Lee) a Tua Cantiga (Chico Buarque), passando pela faixa que batiza o show, Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua (Sérgio Sampaio), todas transformadas pela interpretação cheia de personalidade do cantor.

Vivo Rio. Avenida Infante Dom Henrique, 85, Parque do Flamengo. Sáb. (1), 21h. R$ 60,00 a R$ 380,00. Ingressos pelo Sympla.

TEATRO

3 Maneiras de Tocar no Assunto

Com dramaturgia e atuação de Leonardo Netto e direção de Fabiano Dadado de Freitas, a peça é um manifesto artístico contra a homofobia e a intolerância na sociedade atual. O tema é abordado em três solos curtos, fazendo uma interlocução direta com o público: o que há, afinal, de tão incômodo, maléfico e repugnante na homossexualidade? Por que, através dos tempos, ela teve sempre de ser punida? Por que a orientação sexual de uma pessoa a transforma num cidadão de segunda classe, com menos direitos que o resto da população?

Teatro Glauce Rocha. Av. Rio Branco, 179, Centro. Qui. (29) a dom. (2), 19h. R$ 10,00 a R$ 20,00. Ingressos pelo Sympla.

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Avental Todo Sujo de Ovo

Alzira e Antero formam um casal soterrado pelo sofrimento em uma cidade interiorana. Há quase duas décadas, o único filho deles, o Moacir, desapareceu e nunca deu notícias. Alzira busca conforto na igreja, e Antero, que sofreu as consequências de um derrame, recorre à bebida, cigarro e jogos. Enquanto fica à espera do retorno do jovem, Alzira é amparada por sua comadre, Noélia, madrinha de Moacir. Até que o filho pródigo ressurge e frustra as expectativas da família e, no inesperado exercício de tolerância, entram em discussão os limites do amor, da fé e da solidariedade. O texto é de Marcos Barbosa e a direção, de Mario Cardona Jr.

Teatro Cândido Mendes. Rua Joana Angélica, 63, Ipanema. Qui., 20h. R$ 25,00 a R$ 50,00. Ingressos pelo Sympla. Até 29 de junho. Cine Teatro Grupo Teatros da Barra. Av. Armando Lombardi, 350, 3º piso. Sex. (30), 21h. R$ 20,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla.

Cabaré Fantástico

O espetáculo reúne transformistas, drag queens e performers de diversas gerações, com números musicais, performances de dublagem, esquetes de humor, números burlescos e um showcase de cultura ballroom, que vem ganhando cada vez mais espaço com performances de voguing. As drags Divina Núbia e Suzy Brasil fazem participações especiais. A apresentação homenageia os 80 anos da artista Rogéria, que teriam sido completados em maio de 2023. 

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Teatro Prudential. Rua do Russel, 804, Glória. Sex. (30), 20h. R$ 15,00 a R$ 40,00. Ingressos pelo Sympla.

Pelada —  A Hora da Gaymada

A foto mostra seius atores negros com figurino predominantemente vermelho no palco
Pelada —  A Hora da Gaymada: espetáculo apresenta o jogo de queimado adaptado pelos gays (./Divulgação)

O Complexo Negra Palavra ocupa o teatro com dois espetáculos. Pelada —  A Hora da Gaymada apresenta os bastidores da disputa de dois times pelo uso do Campo do Furão um local que, de fato existe, em Olaria antes que uma empreiteira o compre. De um lado, a pelada heterossexual. Do outro, a gaymada (adaptação do tradicional jogo de queimado por gays periféricos). Unindo teatro, circo e música, o espetáculo costurado por projeções de imagens e a exibição de um minidocumentário. O texto é de Eudes Veloso, e a direção-geral, de Orlando Caldeira, que desenvolveu a dramaturgia com Eudes e Patrick Sonata

Teatro Poeirinha. Rua São João Batista, 104, Botafogo. Qui. e sex., 21h. R$ 30,00 a R$ 60,00. De 29 de junho a 27 de agosto. Ingressos pelo Sympla.

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