Teatro on-line: quatro peças para assistir em casa no fim de semana
De performance experimental solo a questinamentos bem-humorados sobre o sexo na terceira idade, os espetáculos digitais agradam a todos os públicos
Filho legítimo da pandemia e do período de isolamento social, o teatro on-line vem mostrando que tem fôlego para se perpertuar como uma nova – e cômoda – forma de entretenimento. Confira os espetáculos que, neste fim de semana, podem ser assistidos diretamente do sofá da sala.
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E Foram Quase Felizes Para Sempre.
A peça, que estreou no formato convencional em 2013, e conquistou plateias no Brasil e nos Estados Unidos, ganhou versão digital. Sozinha em cena, Heloisa Périssé, que também assina o texto, encarna a escritora Letícia Amado, que viajou por um ano e meio atrás dos melhores resorts, praias e hotéis perfeitos para a lua de mel inesquecível. Ela só não contava que, durante este período, se separararia do marido. No dia da tão esperada noite de autógrafos, Letícia vê o ex beijando uma nova namorada. Sem perder o humor, Heloisa Périssé fala sobre relacionamento, trabalho, colocando em xeque a instituição do casamento. A direção é de Susana Garcia.A sessão deste domingo (25), às 18h, será gratuita, com transmissão pelo canal do YouTube e pela página do Facebook da WB Produções, com patrocínio do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes).
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O Fogo E O Relato.
Coordenador do núcleo de dramaturgia Firjan SESI e do recém-criado projeto pedagógico Platô – Pesquisa e Produção, voltado para estudos em arte e filosofia, Diogo Liberano buscou na relação entre o fogo (o mistério) e o relato (a literatura) a inspiração para a realização de um projeto ousado durante o período de isolamento. O projeto on-line, que estreia neste sábado (24), às 16h, contará com nove lives realizadas no perfil de Liberano no Instagram (@liberano). As sessões vão funcionar como um diário ao vivo de um processo criativo que acontecerá numa sala de ensaio imaginária, um pouco diferente das tantas salas já frequentadas pelo artista. Segundo Liberano, a conexão mais real que é possível ter com o teatro na pandemia é via imaginação. “Depois de alguns meses sem conseguir reagir, senti que era possível voltar a fazer teatro desde que eu buscasse me relacionar com algo que o teatro tem e que eu ainda poderia acessar”, explica Liberano. Em paralelo à realização dos relatos-lives ao longo de nove sábados, até o dia 19 de dezembro, de segunda a sexta digitalizações do diário de criação do ator e diretor serão postadas no perfil do Instagram. As lives são gratuitas.
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A Mulher Que Pariu o Pai E O Fazedor de Abandonos.
No domingo (25), às 20h, os espectadores terão a última chance de assistir ao segundo episódio de Poema Em Queda-Live, narrativa da Cia Mungunzá de Teatro. O grupo paulista transportou para a linguagem visual a história principal do espetáculo Poema Suspenso Para Uma Cidade em Queda. Na montagem, levada aos palcos em 2015, uma pessoa cai do topo de um prédio e não chega ao chão. Os anos passam e a vida das pessoas nos apartamentos daquele edifício fica presa numa espécie de buraco negro pessoal, onde cada um vive uma experiência que nunca é finalizada. Calcado no surrealismo, o episódio apresenta as histórias de uma mulher que engravidou na adolescência – e enfaixou sua barriga para não deixar o bebê nascer – e de um homem que sempre é abandonado por pessoas e, para cada abandono, um bebê chorando aparece. Para acompanhar a montagem pela plataforma Zoom,o público deve fazer inscrição com 30 minutos de antecedência do início da apresentação no site da Cia Mungunzá de Teatro.
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Só Acaba Quando Termina.
Idosos também sentem desejo e fazem sexo. Partindo dessa verdade – que infelizmente não é muito óbvia – a jornalista Tania Celidonio escreveu o roteiro da peça on-line. A escritora francesa Simone de Beauvoir fez um alerta no livro A Velhice, de 1970: “Se os velhos manifestam os mesmos desejos, os mesmos sentimentos, as mesmas reivindicações que os jovens, eles escandalizam”. Em cena, os atores Roberto Frota, Anja Bittencourt e Vanja Freitas falam, com naturalidade, sobre amor, desejo,sexo, masturbação, ciúme, tesão – ou a falta dele -, impotência, orgasmo e as dificuldades para namorar e transar depois dos 60 anos de idade. “Precisamos combater o preconceito e a invisibilidade da velhice. Já sabemos que as dúvidas e a falta de serenidade vão nos acompanhar até o último suspiro”, diz Tania. Segundas, 21h. Acesso para a plataforma Zoom através deste site.
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