3 perguntas para…

... Naná Vasconcelos

Por Rafael Sento Sé
Atualizado em 5 dez 2016, 16h09 - Publicado em 15 jul 2011, 19h20
Edson Kumasaka / Divulgação
Edson Kumasaka / Divulgação (Redação Veja rio/)
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Lembrança de turista na Bahia e símbolo da capoeira, o berimbau deve parte de seu prestígio musical ao percussionista pernambucano. Ao tirar o instrumento de seu contexto usual, Naná Vasconcelos abriu novas possibilidades sonoras para a peça de arame amarrado a um pedaço de pau. Tocou com monstros da música do porte dos americanos B.B. King e David Byrne e do violinista francês Jean-Luc Ponty. Por oito vezes foi eleito o melhor percussionista do mundo pela prestigiada revista especializada Down Beat, sem descuidar das tradições musicais afro-brasileiras. O músico desfia sua habilidade em apresentação no Centro Cultural Calouste Gulbenkian na segunda (18). Um tanto imprevisível, antecipa parte do repertório e relembra momentos inesquecíveis de sua trajetória artística.

O que o público pode esperar da sua apresentação? Procuro evidenciar que a África é a espinha dorsal da cultura brasileira e confiro um papel diferente à percussão, que, para mim, é um instrumento orquestral de diferentes timbres. Mostro cenários, levo a plateia para a selva através da música. O repertório tem músicas de Paulo César Pinheiro e J. Michilles. Abro com o Concerto para Berimbaus, que é uma coisa única, só eu faço. É como se fosse uma missão, tudo o que eu faço deriva desse instrumento.

O berimbau ainda é capaz de surpreender? Sim, por onde viajo desperta curiosidade. Tenho a impressão de que o público me aplaude mais pela performance do que pelo som que tiro dele. Os japoneses dizem que é um instrumento zen, por causa da forma como você segura o berimbau. A cabaça encosta na barriga e a mão no coração, que são dois pontos de chacra.

Qual foi a sua maior loucura musical? É difícil dizer, toquei com muitos tipos de músico, todo tipo de música. Já me apresentei ao lado de orquestras, com músicos do Tibete e da Índia. Quando dividia o palco com o Egberto Gismonti, disseram que a gente era o “acoustic Pink Floyd”. Mas a maior loucura talvez tenha sido com Don Cherry (trompete) e o Collin Walcott (cítara), na época em que morei em Nova York. Era pura improvisação, mas eu tinha de ficar sempre atento. Era difícil saber se o Cherry tinha terminado de improvisar. Não era para qualquer um não.

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