O crescimento dos microempreendedores individuais na pandemia

Jovens cariocas monetizam ideias desde o início do confinamento compulsório

Por Marina Louro*
19 jan 2021, 09h00
A imagem mostra uma tela de computador, um celular e um bloco
Empreendedorismo: os desafios de levar à frente o próprio negócio (Firmbee/Pixabay/Reprodução)
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“E agora?” foi o que uma significativa parcela dos empreendedores cariocas se perguntou em meados de março. De contratempo, a pandemia passou a se apresentar, de lá para cá, como oportunidade em alguns casos. Jovens cariocas têm apostado em ferramentas das redes sociais para transformar hobbies em negócios e complementar renda. O número de trabalhadores inscritos como microempreendedores individuais (MEIs) cresceu em torno de 15% durante este ano de pandemia, segundo os dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal.

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Juliana Trotte, de 20 anos, estuda jornalismo, mas sempre sonhou em ser dona de uma loja de doces. A carioca descobriu que com o planejamento é possível conciliar as duas carreiras. Fruto de um sonho antigo, nasceu a Palato Carioca (@palatocarioca) no mês de dezembro.

“Sempre gostei muito de cozinhar e levava isso como um hobbie. Junto com a pandemia, surgiu o home office. Com isso, achei um espaço de tempo curto, mas favorável para investir na cozinha”.

A facilidade em realizar seu sonho sem a necessidade de um grande investimento financeiro foi um dos motivos que incentivou Juliana a entrar no universo do empreendedorismo. A carioca não pretende abrir uma loja física – outra tendência de comportamento entre os empreendedores – mas deseja dedicar-se ao ambiente digital. “Acredito que é possível ser bem sucedida com baixo investimento, basta persistir”, acrescenta.

Gabriela Moreira, de 21 anos, é formada em empreendedorismo pela UFF e proprietária da loja Solar Kimonos (@todesolar) há dois anos. Inicialmente, a pandemia se apresentou como um obstáculo para a tijucana, que chegou a fechar o mês de março com o saldo negativo. “Pensei em desistir. Foi aí que comecei a estudar o que poderia fazer diferente. Descobri o marketing digital e acabei criando uma paixão muito grande por criar conteúdo”, contou.

A imagem mostra dois kimonos estampados
Solar Kimonos: salto na pandemia (Solar/Divulgação)
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Os estudos de marketing digital somados com a criatividade da empreendedora contribuíram para que um dos vídeos de Gabriela atingisse oito milhões e quatrocentas mil visualizações. Com apenas 15 segundos de duração e nenhum investimento financeiro, o conteúdo sobre amor próprio trouxe mais de 9000 seguidores para a marca, além de dez vendas por semana.

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“Passei de três vendas ao mês para dez vendas por semana. É importante mostrar os seus princípios e as causas que você defende na loja, porque assim as pessoas vão se identificar e atribuir valor à marca.”

De acordo com o diretor e professor da escola de marketing digital M2br Academy, Luis Paulo da Silva, as redes sociais são uma ferramenta poderosa para que as marcas consigam encontrar seu público e fazer com que sua mensagem seja percebida. Com o e-commerce em expansão, é comum que mais uma dúvida seja colocada para os empreendedores: “Como me destacar no meio de tantas marcas?”. Para Luis, o fator diferenciador é a produção de conteúdos relevantes e de qualidade. Imagens e vídeos em alta definição mostrando os benefícios e funcionalidades do produto, depoimentos de outros clientes e a participação dos usuários são exemplos de conteúdo para se destacar.

Mas afinal, qual é o primeiro passo para começar a empreender no universo digital? “Elaborar um plano tático e estratégico junto a um levantamento profundo de todos os custos envolvidos. É preciso estudar o negócio, os concorrentes, o público, os canais e se planejar”, afirma Luis.

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“Comece agora. Não precisa ter medo.” – é o que diz Gabriela Moreira.

Dez lojas de microempreendedores cariocas para você conhecer:

1 – @mil.criacoes

2 – @opsscrunchies

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3 – @marinavendecoisas

4 – @nosdajuli

5 – @docesdatom

6 – @_atucan

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7 – @lojinhanani

8- @myka.atelie

9 – @biqui.nix

10 – @daierdress

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Marina Louro*, estudante de comunicação, sob supervisão dos professores da PUC-Rio e revisão de Veja Rio

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