Blade Runner, de 1982, apostou num cenário sombrio em que humanos conviviam com androides numa chuvosa Los Angeles futurista. E, assim, Ridley Scott criou uma ficção científica que, com o passar dos anos, virou cult celebrado. Blade Runner 2049 retoma a trama três décadas depois. Los Angeles ainda é o centro de um mundo onde os robôs estão cada vez mais perfeitos — e o “blade runner” K (Ryan Gosling) faz parte dessa novíssima geração de policiais à procura dos replicantes ultrapassados. Uma investigação lhe parece apetitosa: tempos atrás, nasceu um bebê, fruto da relação de um homem com uma androide. Matou a charada? Em mais de duas horas de duração, o roteiro estica a missão de K, que tenta encaixar as peças do enigma, e o tão esperado encontro com o personagem de Harrison Ford só ocorre nos quarenta minutos finais. Visualmente, esta sequência, dirigida por Dennis Villeneuve (de A Chegada), é arrebatadora e tem efeitos visuais eficientes e pontuais. Não há exageros estéticos nem arroubos narrativos. Contudo, ao contrário da matriz, deve seguir seu curso normal sem conquistar uma nova legião de fãs. Direção: Dennis Villeneuve (EUA/Inglaterra/Canadá, 163min). 14 anos.