Pouco mais de dois anos atrás, Deadpool bagunçou as produções com super-heróis por exibir um protagonista desbocado e politicamente incorreto numa aventura de ação incessante. De lá para cá, o cinema e o mundo ficaram mais caretas e o receio era que Deadpool 2 caísse na vala comum das adaptações de personagens de quadrinhos, embora mantivesse o humor típico da Marvel. Ufa! Deadpool continua o mesmo e o novo longa-metragem mantém a veia irônica do anterior. Em duas horas enérgicas, o espectador é bombardeado com humor afiadíssimo e muitas referências. As brincadeiras, para se ter apenas uma ideia, atingem de Justin Bieber e Beyoncé a Matthew McConaughey, Kirsten Dunst e Brad Pitt, além de dezenas de filmes e seus personagens (que tal Barbra Streisand e seu Yentl?). Isso é uma pitadinha da metralhadora de piadas disparadas a cada minuto. Ah, sim, há um roteiro! — e nem ele será poupado do sarcasmo de Deadpool. A sequência tem início com uma tragédia na vida de Wade/Deadpool. Mas o herói, sem pudor nem vergonha, levanta a cabeça e conhece um adolescente com superpoderes, porém molestado pelo diretor de um orfanato. O garoto está sendo perseguido por Cable (Josh Brolin), um sujeito grandalhão vindo do futuro. Ryan Reynolds foi uma escolha tão acertada para o papel que, desta vez, ele também assina como roteirista em uma excelente estreia na função. Direção: David Leitch (Deadpool 2, EUA, 2018, 119min). 18 anos.