Em sua estreia como cineasta, a atriz Leandra Leal é discreta ao invadir a privacidade de Rogéria, Jane Di Castro, Divina Valéria, Camille K, Fujika de Halliday, Eloína dos Leopardos, Brigitte de Búzios e Marquesa (que morreu em 2015, aos 71 anos). Famosas travestis desde a década de 60, elas se apresentavam no Rival, teatro carioca hoje tocado por Leandra e sua mãe. Além de revelar, cautelosamente, a intimidade das oito transformistas, o documentário Divinas Divas reuniu o grupo para duas apresentações antológicas, em 2014, no mesmo Rival do passado. Xô, baixo-astral! Embora mais cansadas, as estrelas mantêm o pique nos ensaios e soltam o vozeirão no palco. Se falta profundidade às biografias, sobra carinho na explícita homenagem. Em um dos pontos positivos, Leandra foge do formato quadradão ao apresentar um registro de “alma” cinematográfica — e não uma convencional atração de TV. Direção: Leandra Leal (Brasil, 2016, 110min). 14 anos.