Dunkirk

Veja Rio:

Resenha por Miguel Barbieri Jr.

DUNKIRK
(Divulgação/Reprodução)

https://www.youtube.com/watch?v=b7v_6hIa5Ok

Desde Amnésia (2000), o diretor Christopher Nolan vem surpreendendo com um cinema de fantasia, a exemplo da trilogia Batman, o Cavaleiro das Trevas e A Origem. Esqueça, porém, o passado do realizador para embarcar em seu melhor trabalho. Dunkirk, inspirado em caso verídico, impressiona não só pela mudança de registro. Sai a ficção e entra um espetáculo audiovisual realista como raras vezes o cinema produziu nos últimos anos. O fato em questão é a Batalha de Dunquerque, como ficou conhecido o episódio da II Guerra, ocorrido entre 26 de maio e 4 de junho de 1940. Encurralados pelos alemães na cidade da França, os cerca de 400 000 soldados franceses e britânicos esperaram para serem resgatados pelo mar. O primeiro diferencial está no formato do roteiro. Três ações intercaladas ocorrem com tempos distintos. Durante uma semana, na praia, os rapazes, entre eles o jovem interpretado por Fionn Whitehead (na foto), aguardam o angustiante embarque. Em um dia, um senhor inglês (Mark Rylance) e dois adolescentes atravessam o Canal da Mancha num pequeno iate. E, em uma hora, um piloto (Tom Hardy) tenta abater os inimigos no ar. Mas o que faz Dunkirk ser excepcional é a realização estupenda (e, obrigatoriamente, para ser visto num cinema com ótima projeção). Nolan, desde a primeira cena, pretende “jogar” a plateia no centro do conflito bélico. E o faz com sucesso. Com potentes trilha e efeitos sonoros, o espectador testemunha a guerra como ela foi. O cineasta abre mão da sanguinolência e de corpos dilacerados, truques chocantes usados por outros diretores. A intenção é a do mergulho sensorial, feito com brilho irretocável. Direção: Christopher Nolan (EUA/França/Holanda/Inglaterra, 2017, 106min). 14 anos.

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