É difícil entender o que leva atores do porte de Jennifer Lawrence, Jeremy Irons e Charlotte Rampling a se meter numa roubada tão grande quanto Operação Red Sparrow. Em um momento delicado nas relações internacionais entre países, os atores dão a cara a tapa num filme que, nas entrelinhas, é uma provocação americana aos russos. Caso fosse ambientada no passado, a história faria algum sentido. Mas o clima de Guerra Fria entre Rússia e Estados Unidos numa trama de espionagem atual só traz à tona conflitos velhos e estereótipos indelicados. Jennifer interpreta a russa Dominika Egorova, prestigiada bailarina do Bolshoi, que sofre um acidente no palco e fica impossibilitada de seguir na profissão. Como a “coitadinha” e sua mãe doente são mantidas pelo governo, a jovem, sem escapatória, aceita participar de uma missão a mando do desumano tio militar (Matthias Schoenaerts). A partir daí, o roteiro cai numa arapuca ao apresentar os rígidos mandamentos da agência secreta russa em situações risíveis (com patéticas cenas de sexo e nudez) e conflitos rasteiros. Do lado americano, um agente da CIA (Joel Edgerton) vai ter seu destino cruzado pelo da protagonista, o que fará surgir um romance improvável. Direção: Francis Lawrence (Red Sparrow, EUA, 139min). 16 anos.