Quem é Kat Torres, influencer condenada por escravidão e tráfico humano

Em entrevista à BBC na prisão, Kat negou os crimes. "Elas foram para lá para se prostituir", afirma sobre mulheres que a denunciaram

Por Da Redação
15 jul 2024, 15h20
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Kat Torres: ex-guru e ex-influenciadora foi deportada dos Estados Unidos e está presa em Bangu (Redes sociais/Reprodução)
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A ex-influenciadora digital, ex-modelo e falsa guru espiritual Katiuscia Torres Soares, de 31 anos, conhecida como Kat Torres, foi condenada a oito anos de prisão por submeter uma mulher a tráfico humano e condições análogas à escravidão.

Uma reportagem da BBC mostra que o juiz avaliou que a influenciadora atraiu a jovem Desirrê Freitas, de 28 anos, para os Estados Unidos com o objetivo de exploração sexual. Kat também é alvo de uma outra investigação, baseada em denúncias de outras mulheres que trabalharam para ela.

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A ex-modelo foi deportada dos Estados Unidos e presa no Complexo de Bangu em outubro de 2023.

Na denúncia apresentada à Justiça Federal, que conta com sete testemunhas, o Ministério Público Federal afirma que Kat Torres cooptou Desirrê Freitas, expondo a jovem a uma rotina degradante de abril a novembro de 2022.

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De acordo com os procuradores, Katiuscia aliciou, alojou e acolheu a suposta vítima, mediante fraude, com a finalidade de submetê-la a trabalho em condições análogas a escravidão e explorando-a sexualmente.

A garota era obrigada, segundo a denúncia, a dançar num clube de striptease por mais de treze horas por dia, sem direito a uma folga semanal. Sua foto também foi anunciada num site de prostituição de Austin e de San Antonio, no Texas, oferecendo sexo, fetiches e massagem.

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Tudo isso, segundo Kat, era feito em nome de uma suposta “voz”, que se comunicava com ela e, portanto, ela teria fundado uma seita religiosa.

Desirrê contou ao jornal O Globo que, durante os últimos meses em que foi dada como desaparecida por parentes e amigos, foi obrigada a mentir e afastá-los, obrigada por Kat Torres.

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As outras supostas vítimas prestaram depoimento ao Ministério Público de São Paulo no ano passado e, em seguida, os relatos foram incluídos no inquérito tocado pelo Ministério Público Federal. Desde então, no entanto, a procuradoria ainda não fez nova denúncia envolvendo essas outras histórias.

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Em entrevista à BBC na prisão, Kat negou os crimes. “Elas foram para lá se prostituir, se prostituíram e falaram que fui eu que fiz isso”, afirmou. “Eu não precisava escravizar ninguém, porque eu trabalhava, meu marido limpava a casa e eu tinha robôs, vários robôs que limpavam a casa para mim”, complementou a ex-guru.

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