Com o projeto Mão na Jaca, Marisa Furtado de Oliveira é Carioca Nota 10

Em parceria com laboratório da PUC-Rio, documentarista ajuda a difundir as múltiplas aplicações da fruta em pratos salgados para moradores de comunidades

Por Renata Magalhães
17 jan 2025, 06h55
Atitude transformadora: Marisa fundou o projeto Mão na Jaca, que ensina a utilizar a fruta no preparo de pratos salgados
Atitude transformadora: Marisa fundou o projeto Mão na Jaca, que ensina a utilizar a fruta no preparo de pratos salgados (Acervo Instituto Mão na Jaca/Divulgação)
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Maior fruto comestível do mundo, a jaca é encontrada de forma abundante no ecossistema da Mata Atlântica, bioma onde todo o Rio se insere. Cada uma delas pode guardar até 500 sementes, daí a capacidade de multiplicação de uma única jaqueira ser enorme.

Originária do sul da Ásia, a espécie trazida ao Brasil na era colonial para alimentar pessoas escravizadas se adaptou tão bem ao clima tropical que passou a ser considerada uma praga, devido à sua propagação desenfreada e ao pouco conhecimento para uso do alimento, rico em vitaminas, ferro, potássio, cálcio e fósforo.

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É aí que entra em cena o projeto Mão na Jaca, realizado em parceria com o Laboratório de Biogeografia e Ecologia Histórica da PUC, com o objetivo de difundir sua aplicação em pratos salgados para moradores de comunidades cariocas e da região metropolitana. “Ensinamos toda a transformação — da árvore à mesa —, desde a colheita, passando por higienização, corte, cozimento e debulha, até o preparo da chamada carne de jaca”, explica a pesquisadora e documentarista Marisa Furtado de Oliveira, que idealizou o projeto junto ao parceiro, o mestre em paisagismo Pedro Lobão.

“É uma árvore que produz com fartura e tem enorme capacidade de estimular a coletividade, uma vez que ninguém é capaz de comer uma jaca sozinho”

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A ideia veio depois de longo período observando a jaqueira no jardim de sua casa em Laranjeiras. “É uma árvore que produz com fartura e tem enorme capacidade de estimular a coletividade, uma vez que ninguém é capaz de comer uma jaca sozinho”, diz. Marisa começou, então, a oferecer oficinas no próprio quintal, que renderam convites para aulas em espaços como a NOS Escola. E logo viraram as videoaulas.

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O elo com a PUC, que contabiliza em seu campus carioca 600 dessas árvores, veio assim que mapearam outros catorze espaços com alta concentração da espécie e criaram um centro no Parque do Martelo, no Humaitá, onde organizam doações da fruta e degustações de alguns pratos. Disponíveis no site, as aulas capacitam as pessoas a explorar o alimento em receitas como a famosa coxinha vegana, empadinhas e até uma versão da bacalhoada.

“Isso contribui para a geração de renda, a segurança alimentar e o equilíbrio do meio ambiente”, resume. No final do ano passado, foi criado ainda um estande fixo de doações aos sábados, na Quinta da Boa Vista, e a próxima missão é chegar à merenda de escolas públicas. Aí, sim, vale meter o pé na jaca.

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