Série relembra o naufrágio do barco Bateau Mouche no Réveillon do Rio

Maior tragédia marítima do Brasil aconteceu na virada de 1988 para 1989 e teve 55 mortos, entre eles a atriz Yara Amaral; décadas depois, ninguém foi punido

Por Redação VEJA RIO Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 mar 2025, 16h08
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Bateau Mouche: série relembra maior tragédia marítima do Brasil (Max/Divulgação)
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Na virada de 1988 para 1989, a comemoração do Réveillon em uma embarcação de luxo no Rio terminou em tragédia: dos 142 presentes, 55 morreram. Essa história, que chocou o país, é contada na série documental de true crime Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça, que estreia na plataforma de streaming Max nesta terça (18), às 21h.

Com três episódios, a produção investiga um dos maiores desastres marítimos do país, que, entre os mortos, tinha a atriz Yara Amaral (que estrelou a novela Fera Radical, de 1988, e a série Anos Dourados, de 1986, ambas na Globo). Foram encontradas diversas irregularidades, como o fato de que o Bateau Mouche IV acomodou mais pessoas do que comportava.

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Dirigida e produzida por Tatiana Issa e Guto Barra, os mesmos de Pacto Brutal: O Assassinato De Daniella Perez, a série mostra impacto do naufrágio por meio de imagens de arquivo e mais de trinta entrevistas exclusivas com sobreviventes, familiares das vítimas, advogados, especialistas e pescadores envolvidos no resgate.

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Entre os depoimentos inéditos, estão os de Fátima Bernardes, Malu Mader e Bernardo Amaral, filho de Yara Amaral. A produção também traz reconstituições detalhadas, realizadas tanto no mar como em um tanque projetado, com quarenta metros de comprimento, trinta de largura e até 25 de profundidade.

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A embarcação chegou a ser interceptada pela Capitania dos Portos, onde passou por fiscalização às 22h. Os passageiros foram contados. Pouco depois, o barco foi liberado para seguir rumo à Praia de Copacabana. Às 23h50, afundou, entre a Ilha de Cotunduba e o Morro da Urca.

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Os que lutavam por suas vidas passaram por momentos de pânico, até que duas embarcações avistaram o naufrágio e foram até o barco, para tentar resgatar o maior número possível de pessoas.

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Nos anos seguintes, as investigações apontaram que, além de estar superlotado, o Bateau Mouche IV se encontrava em mau estado de conservação, com entrada de água do mar por meio de escotilhas abertas e dos banheiros do convés inferior, uma camada de cimento no convés superior colocada de forma inadequada e distribuição inadequada de mesas, cadeiras e pranchões, que não estavam fixos.

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A Marinha também foi acusada por ter liberado alvarás e permissões para os barcos do grupo. Ninguém explica, por exemplo, como a embarcação, que tinha capacidade para 28 passageiros, teve sua capacidade legal estendida para 153. A equipe procurou a Marinha para que ela desse sua versão, mas a instituição não quis participar.

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Os dois primeiros episódios contam as histórias das vítimas e recriam o momento em que o barco afundou. Já o terceiro capítulo narra o longo processo de julgamento dos acusados, empresários espanhóis que mantinham diversos empreendimentos turísticos na cidade.

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O material dos autos nunca foi digitalizado e estava pronto para ser incinerado quando a equipe da série teve acesso a ele. Apesar da comoção causada pelo naufrágio, ele se tornou um símbolo da impunidade no país: décadas depois da tragédia, nenhum dos envolvidos está preso, e somente uma família recebeu indenização.

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