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Livre, leve e solta: a transparência domina os looks nas ruas e passarelas

Peças vêm ganhando as araras das lojas, festas e eventos no Rio, num exercício de liberdade em que as pessoas exibem o corpo sem medo de ser feliz 

Por Luiza Maia
21 out 2022, 06h00
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  • Bruna Marquezine num pretinho nada básico: alvo de críticas e elogios nas redes sociais -
    Bruna Marquezine num pretinho nada básico: alvo de críticas e elogios nas redes sociais - (Neil Mockford/GC Images/Getty Images)
    Bruna Marquezine num pretinho nada básico: alvo de críticas e elogios nas redes sociais -
    Bruna Marquezine num pretinho nada básico: alvo de críticas e elogios nas redes sociais – (Neil Mockford/GC Images/Getty Images)

    Assim que pipocaram as primeiras fotos de Bruna Marquezine chegando ao desfile da Burberry na Semana de Moda de Londres, as redes sociais fervilharam, e o nome da atriz foi parar no rol dos assuntos mais comentados no Twitter. O fermento para tamanho interesse veio de uma dura crítica da primeira-dama Michelle Bolsonaro, que disparou: “A pessoa gosta de ser feia e vulgar”. No centro da discórdia estava um vestido longo preto cheio de recortes ousados que, por outro lado, arrancou elogios do rapper americano Kanye West (Ye).

    Com exíguos panos (poucos, diga-se), a peça é exemplar de uma tendência ascendente nos guarda-roupas femininos: as transparências. Elas vêm dominando os looks não só nas passarelas internacionais e em araras de grifes caras, como nas principais marcas cariocas e em lojas de departamentos da cidade.

    “Os tecidos telados existem desde sempre, vão e voltam em ciclos, de acordo com o momento histórico”, explica a pesquisadora e analista de moda e comportamento Paula Acioli, autora do livro A Culpa É do Rio! — A Cidade que Inventou a Moda do Brasil. “Atualmente, estão associados à conquista da liberdade das mulheres em exibir o corpo sem medo e sem preconceitos.”

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    Na pista de festas que vêm chacoalhando a noite da cidade ou na plateia de grandes festivais de música, os tecidos finíssimos e transparentes se fazem presentes — foram vistos em abundância no Coachella, na Califórnia, e no Lollapalooza, em São Paulo.

    Não foi diferente no Rock in Rio, em setembro, onde famosas como Tatá Werneck, Ingrid Guimarães, Giovanna Antonelli, Flávia Alessandra e Vitória Strada surgiram esvoaçantes com vestidos, calças, saias e tops deixando entrever partes do corpo, muitas vezes por cima de biquínis e até tapa-mamilos (aqueles adesivos que escondem o bico dos seios).

    “A segunda pele é sempre um sucesso de vendas nas nossas coleções”, confirma a diretora de estilo da marca carioca Dress To, Thati Amorim, que também destaca a popularidade de vestidos para lá de recortados, em que se avista a silhueta na medida certa, “com cuidado para não cair no vulgar”.

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    As raízes históricas das transparências estão fincadas no Egito Antigo, quando eram usadas túnicas de linho, material bem leve que hoje em dia voltou a estar em alta. O translúcido conceito segue firme e forte neste século XXI, mas repaginado por uma indústria têxtil que avançou imensamente nos últimos milênios.

    Além do clássico tule, cujo nome faz referência à cidade francesa Tulle, onde se originou, e é muito empregado para compor as peças do momento, outros tecidos aparecem em blusas, vestidos, saias e calças, entre eles renda, crochê, chiffon e organza.

    Eles surgem em variadas cores e estampas. Os materiais mais leves, aliás, têm tudo para se impor no tradicionalmente tórrido verão carioca. “A premissa é: quanto mais pele à mostra, melhor”, enfatiza Vanessa Rodrigues, diretora de estilo da My Place, que recorrerá a panos mais fluidos na coleção da próxima estação, inspirada no oceano.

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    Além de corpos cuidadosamente à mostra por trás das transparências, eles também se revelam em comprimentos mais curtos, decotes profundos, croppeds (blusinhas curtinhas) de múltiplos estilos e outras peças que viveram seu tempo áureo nos anos 2000 — minissaias, tops cruzados e calças de cintura baixa estão na lista.

    “Depois da pandemia, ninguém quer mais ficar de pijama. Eu tenho apostado muito na tendência de recortes e pele à mostra, inspirada nos visuais da Dua Lipa”, conta a influenciadora digital Luiza Tardin, 30 anos.

    A cantora britânica, aliás, representa um ícone fashion para as jovens gerações. Na turnê Future Nostalgia, que aterrissou no Rock in Rio deste ano, Dua Lipa mescla uma pegada futurista com a moda chamativa dos anos 1980, trajando um macacão amarelo de renda justíssimo e outro preto, recortado com transparências — uma peça “de milhões” desenhada por Casey Cadwallader, diretor criativo da Mugler.

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    No mundo pop, não somente os visuais femininos têm caprichado na ousadia, mas também os masculinos — a banda de rock italiana Måneskin, que se apresentou no festival carioca, levou ao palco músicos que usaram e abusaram de rendas e transparências. Na verdade, a maior de todas as modas é ser livre e se vestir sem medo de julgamentos.

    TÁ NA MODA
    Looks urbanos que despontam nas grifes cariocas

    Calça postal carioca, R$ 269,00 na Farm -
    Calça postal carioca, R$ 269,00 na Farm – (./Divulgação)
    Blusa orla azul, R$ 298,00 na Cosmo -
    Blusa orla azul, R$ 298,00 na Cosmo – (./Divulgação)
    Vestido mídi estampado, R$ 319,00 na Dress To -
    Vestido mídi estampado, R$ 319,00 na Dress To – (./Divulgação)

     

     

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