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Lelo Forti

Por Lelo Forti, mixologista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Diluir para continuar: drinques leves e refrescantes, a nova onda mundial

Comidas saudáveis e rotina mais esportista e sustentável... vem aí o novo lifestyle da vez

Por Lelo Forti Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
23 jun 2021, 16h12
Menos álcool, mais sabor
Menos calorias, mais sabor, menos arrependimento (Fernanda Ferraro/Divulgação)
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Drinques mais leves, frescos e refrescantes, comidas saudáveis e rotina mais esportista e sustentável. O novo lifestyle mundial

Há quem diga que o Rio de Janeiro é o grande “influencer” brasileiro da moda, música e do lifestyle saudável. Uma orla com mais de 200 quilômetros de extensão realmente nos incentiva a buscar no ar livre uma vida mais saudável e por que não dizer sustentável?!

Viver no Rio é um privilégio quando o assunto é natureza. Aqui temos cascatas ao alcance do corpo, praias maravilhosas, água de coco, caminhadas na Lagoa Rodrigo de Freitas e muito, mas muito ar fresco. A geografia da cidade maravilhosa é exuberante e muito verde. Viver na capital fluminense é um convite ao exercício físico e mental. Como não aplaudir o pôr de sol das pedras do Arpoador, após uma bela caminhada pela orla entre Ipanema e Leblon? O carioca é de longe o povo mais descolado do Brasil. Aqui nasceram marcas nacionais de sucessos e todas elas têm algo em comum: o colorido da cidade abençoada pelo Redentor. Há tempos que este lifestyle tem influenciado nossa gastronomia. Não é de hoje que bares e restaurantes apostam cada vez mais nesta leveza em pratos e drinques.

Pratos menos calóricos, bebidas sem açúcar, comidas coloridas e saudáveis, sem deixar de comer o que se gosta. Nada tem a ver com comida vegana/vegetariana (cada dia com mais adeptos). Os amantes da noite carioca exigem experiências mais saudáveis e sustentáveis. Esta nova onda de consumo acontece principalmente na coquetelaria. Coquetéis menos alcoólicos, mais saborosos, coloridos, refrescantes e zero açúcar. Os motivos para as mudanças de comportamento são vários: o principal deles é a redução alcoólica. A moçada da night tem preferido consumir drinques mais leves e sem açúcar. Talvez este seja um dos segredos para a grande decolada do GIM. Gim-tônica é, sem dúvida, o drinque mais vendido na atualidade. Mas pera aí: que loucura é essa? Gim tem uma graduação alcoólica normalmente maior que qualquer outra bebida destilada e mesmo assim é a menina dos olhos de bartenders e consumidores mundo afora? Que contraponto é esse, afinal?

A explicação tem várias vertentes. Nem todo mundo concorda com isso, mas é unânime que o fato de o gim ter sabores cítricos e florais, misturados em grandes quantidades de água tônica sugar free, tem satisfeito o paladar de quem quer curtir um drinque saudável, menos alcoólico e surfar as tendências atuais. Eu, particularmente não atribuo que G&T seja somente uma onda ou até mesmo modismo. Esta invenção inglesa já atrai adeptos há muitas décadas. A grande diferença é que o gim sempre foi demonizado pela sua graduação alcoólica. Ao gim sempre foram atribuídos adjetivos pejorativos, como bebida de alcoólatras, bebida de velho e por aí vai. Realmente, o gim tem muitas variações alcoólicas que podem deixar você muito louco se consumir sem nenhuma responsabilidade. Dry Martini é o pai dos coquetéis e leva, em sua composição, 100ml de gim gelado e algumas gotas de vermute. É um dos drinques mais apreciados do planeta, porém, é indicado beber no máximo dois por noite. Provavelmente você não vai lembrar do terceiro.

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Os adeptos da coquetelaria diluída não bebem para ficar bêbados. Estes consumidores fazem do álcool um estilo de vida, um consumo de celebração, de felicidade e de conquista. Dificilmente estes consumidores bebem mais do que três, quatro, talvez cinco drinques em uma única noite. Se isso acontecer, os drinques são bem diluídos e o espaçamento de tempo entre um e outro é grande e regado a consumo de muita água e de alguma comida. Todo consumidor de álcool que se preze teve uma, duas, três, dez ressacas no dia seguinte. Isso é totalmente normal e aceitável. O que se procura hoje é uma experiência etílica divergente disso. Sair, beber bem, conhecer pessoas e ao amanhecer buscar o sol para se exercitar, e não correr para o banheiro em busca de medicamentos que possam trazer alívio ao sambódromo cerebral.

Drink com gin, por favor!

O gim conquistou a moçada. Beber gim é cool, é estabelecer que você está totalmente antenado ao que acontece ao seu redor. O drinque pode ser qualquer um, desde que feito com gim. Não é a toa que, nos últimos anos, as marcas de gim triplicaram. Até mesmo quem nunca experimentou um gim-tônica e não sabe que seu paladar principal dá destaque ao amargor se rende ao consumo. O mercado que mais cresce no mundo não é o de gim. Para todo G&T é necessário, no mínimo, três partes de água tônica. Milhões de latas de quinino (matéria- prima essencial para compor uma tônica) são gaseificadas todos os dias para suprir a grande demanda que se estabeleceu nos últimos dois anos. O crescimento e a procura por tônica zero ou ingredientes frescos e sem açúcares artificiais quadruplicou. É atribuído ao gim também o fato de ter menos caloria que outros destilados como uísque e vodca, além de não conter glúten e nem carboidratos. Não faço nenhum juízo de valor para aqueles que preferem coquetéis clássicos, (me incluo aqui), mais alcoólicos ou buscam no álcool amenizar sua mazelas. O bar é o divã de todos os bêbados (made in Cazuza), a meca da psicologia barata e filosófica e o verdadeiro exemplo vivo da democracia sem partido.

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Não importa seu motivo. Não importa suas necessidades. Bar que se preze entrega aquilo que o cliente pedir, sem restrições ou julgamentos. Defendo uma coquetelaria de excelência, hospitaleira e atual, afinal, o drinque é do cliente e não meu. Pouco importa qual a tônica você quer. O que realmente importa é seu sorriso estampado, sua satisfação e seu desejo atendido. Bora pro bar.

Cheers.

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