As ações da polícia para deter responsáveis por incêndios criminosos

Mais de 20 pessoas já foram identificadas e são investigadas; homem é filmado ateando fogo à mata na Serra da Beleza, em Valença, no sul do estado

Por Da Redação
17 set 2024, 13h00
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Incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos: principal hipótese é de que as chamas tenham se alastrado a partir de áreas rurais vizinhas à unidade de conservação. (Parque Nacional da Serra dos Órgãos/Divulgação)
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Mais de 20 pessoas foram identificadas e são investigadas por provocar incêndios florestais no Rio. Policiais civis da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) realizaram, nesta segunda (16), diversas operações para reprimir ações incendiárias criminosas em parques do estado. Os agentes estiveram na Região Serrana, onde um menor foi conduzido à delegacia; em Niterói e na capital fluminense. O Corpo de Bombeiros já extinguiu mais de 1389 incêndios deste tipo por aqui desde a criação do Gabinete de Gestão de Crise, na última quinta (12). Na manhã desta terça (17), havia três focos ativos sendo combatidos pela corporação.

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Os focos de incêndios florestais diminuíram, mas o estado do Rio segue em alerta. Segundo os bombeiros, a maioria deles é consequência de ação humana. Um destes crimes foi flagrado por câmeras de segurança da Serra da Beleza, em Valença, no sul do estado, e exibido pela TV Globo. O flagrante foi feito às 18h10 do último dia 11. Nas imagens é possível ver uma pessoa chegando em uma moto, colocando fogo em um trecho de vegetação e indo embora. Os bombeiros dizem que essa ação foi responsável pela queimada que começou naquele dia e durou até este domingo, consumindo a vegetação de uma área equivalente a 2.300 campos de futebol (15).

O Parque Nacional da Serra dos Órgãos (Parnaso), na Região Serrana, é uma das unidades de conservação que vem sofrendo com os incêndios florestais. No momento , o fogo atinge a área
da travessia entre Cobiçado e Ventania. O parque tem a maior rede de trilhas do Brasil. É também um dos locais mais buscados para a prática de esportes de montanha, como escalada, caminhada e rapel. De acordo com o biólogo Ernesto Viveiros de Castro, chefe do Parnaso, somente após o fim do incêndio é que a perícia entrará em campo para dar suporte às investigações. No entanto, em entrevista à Agência Brasil, ele foi taxativo: “certamente alguém pôs fogo”. Sua principal hipótese é de que as chamas tenham se alastrado a partir de áreas rurais vizinhas à unidade de conservação: “E, sendo assim, é uma prática criminosa porque não é permitido fazer queimada nesse período. O que podemos dizer é que não existe registro de incêndio natural nesta região. Não temos registro de raios há meses aqui. Então certamente alguém pôs fogo. A questão é se foi intencional ou não”, concluiu.

Os esforços para debelar o fogo são conduzidos pelos bombeiros e por brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente que responde pela administração do parque. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) endossam as preocupações. No monitoramento por satélite realizado pelo órgão, foram registrados 978 focos em território fluminense desde janeiro. Já é o maior volume em um único ano desde 2014, quando houve 1.283 registros.

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Entre as ações realizadas nesta segunda (16) pela DPMA estão perícias de local, oitiva de testemunhas e análises de imagens de câmeras de segurança. Em Petrópolis, um adolescente foi conduzido à delegacia, juntamente com seu pai. Ele admitiu ter ocasionado o incêndio criminoso que devastou grandes áreas de vegetação no distrito de Pedro do Rio e Secretário, neste domingo (15).

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