Após chuvas, funcionários da Biblioteca Nacional temem pela segurança do prédio
Em obras há um ano, prédio centenário no centro do Rio oferece risco aos trabalhadores, visitantes e ao acervo da instituição cultural mais antiga do país
Após o vazamento que alagou o saguão da Biblioteca Nacional na sexta-feira (19), a Associação de Servidores da Fundação Biblioteca Nacional (FBN) alerta para os riscos que o prédio centenário no centro do Rio de Janeiro, em obras há um ano, oferece aos trabalhadores, visitantes e ao acervo da instituição cultural mais antiga do país.
Com as chuvas que atingiram a cidade durante toda a semana passada e um cano desconectado no telhado em obras, a água desceu pelo quinto andar até o saguão do segundo andar do prédio, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
De acordo com a presidenta da associação, Luciana Muniz, a situação já foi normalizada, mais ainda há a preocupação dos servidores com o futuro do prédio. “Há necessidade de obras estruturais que deem conta da mobilidade interna, elevadores mais seguros, e climatização que dê conforto ambiental aos servidores e usuários e para manutenção do acervo. Quer dizer, o prédio necessita de um projeto estrutural de remodelamento para que ele possa sobreviver, se reestruturar e ganhar um horizonte novo de funcionamento com qualidade e segurança.”
Luciana informou que as obras, anunciadas em 2014, contemplam apenas aspectos arquitetônicos e o cronograma não foi apresentado aos funcionários. “É um problema muito antigo. Ficamos aguardando gestão após gestão. Tudo é protelado e nada é resolvido. Num ano de contenção de gastos e crise, precisamos de planejamento mais efetivo para garantir um projeto estrutural, porque essa obra não diz respeito à estrutura do edifício, mas à parte mais arquitetônica.”
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Segundo ela, a biblioteca não conta com engenheiro responsável nem plano de emergência, bem como certificação do Corpo de Bombeiros. A presidenta interina da FBN, Ângela Fatorelli, admitiu que a certificação ainda não foi dada pelos bombeiros, mas assegurou que todas as exigências foram cumpridas e os documentos enviados à corporação.
“A gente não precisa de alvará. Mandamos todos os documentos e estamos esperando uma resposta dos bombeiros. Tem uma expressão técnica específica, que é um documento, um certificado que garante que nosso sistema de prevenção de incêndio está ok. Seguimos todas as exigências que nos foram feitas, as enviamos para os bombeiros e estamos esperando a resposta. Os extintores estão de acordo com os parâmetros”.
Sobre a falta de engenheiro na instituição, Ângela confirmou que no quadro de servidores da biblioteca não há. Acrescentou que as prestadoras de serviços de manutenção predial e responsáveis pelas obras têm profissionais à disposição da instituição e as equipes agiram rapidamente para resolver o problema ocorrido sexta-feira. “O reparo foi feito na madrugada da própria sexta-feira. No sábado, quando a chuva foi mais forte, a ponto de atrasar o