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Rio inaugura primeiro memorial aos mortos pela Covid-19 do país

Monumento em homenagem às vítimas da pandemia será inaugurado neste domingo (20), nos jardins revitalizados do Cemitério da Penitência, no Caju

Por Cleo Guimarães
18 set 2020, 11h44
A obra: memorial vai homenagear 4 mil pessoas que partiram por causa da Covid-19; seus nomes serão fixados com letrinhas colocadas em adesivo da alta performance, como os usados em navios (Coletivo Crisa Santos Arquitetos/Divulgação)
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Entre as muitas mudanças de comportamento que o coronavírus trouxe para a sociedade, talvez uma das mais cruéis seja a perda do direito à despedida de um parente que tenha falecido em decorrência da Covid-19. Especialista em neurociência e estudiosa do comportamento de enlutados, a arquiteta Crisa Santos criou uma obra de arte pensada justamente para tentar amenizar esse sofrimento. Batizado de Memorial In-finito, o monumento gigante em aço oxidado foi instalado na área verde do Crematório e Cemitério da Penitência, no Caju, e vai ser inaugurado neste domingo (20).

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“A obra a céu aberto é para oferecer um local em que os visitantes possam meditar e se conectar com quem partiu. Isso ajuda a ressignificar a morte, especialmente na pandemia, que inviabilizou as despedidas, por conta dos protocolos sanitários”, explica Crisa. Ela aplicou no projeto os princípios da neuroarquitetura, ciência que cria espaços para estimular o bem-estar, frequentemente usada em estabelecimentos comerciais – e inédito em cemitérios.

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O monumento, com 39 metros lineares e 2,7 mil kg, vai homenagear 4 mil pessoas que morreram em decorrência do vírus. Seus nomes serão fixados com letrinhas colocadas em um adesivo de alta performance, iguais os usados em navios. Somente esta semana, 30 famílias já pediram a inclusão de nomes, através do atendimento do cemitério. Eles serão colocados neste sábado (19), na obra que é extensiva a todas as famílias, independente do local onde os parentes foram sepultados. “Vamos acolher todos que quiseram conhecer e fazer parte do memorial”, afirma Alberto Brenner Júnior, administrador do cemitério.

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A inauguração, no domingo (20), vai contar com uma celebração ecumênica em memória das pessoas que morreram no período da pandemia, projeção de imagens dos falecidos e painel de mensagens. A participação das famílias pode ser on-line, pelas redes sociais ou presencialmente, com restrição de número de participantes e adoção das medidas de segurança contra a Covid-19. Funcionários do setor funerário e cemiterial também serão homenageados. “Eles foram guerreiros, verdadeiros heróis”, diz Brenner Jr.

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