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Corregedoria da PM vai apurar falhas em abordagem a filhos de diplomatas

Policiais militares não atuavam com câmeras corporais; deixar de usar o equipamento obrigatório é considerado 'falta grave'

Por Da Redação
Atualizado em 12 jul 2024, 15h20 - Publicado em 12 jul 2024, 15h17
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    Racismo: PMs desceram com as armas em punho e obrigaram adolescentes negros e filhos de diplomatas a encostar na parede para revista (Redes sociais/Reprodução)

    A Corregedoria da Polícia Militar apura a possível ausência de câmeras corporais no uniforme dos dois agentes que abordaram cinco adolescentes, sendo três negros e filhos de diplomatas, em Ipanema no dia 3 de junho. A iniciativa foi tomada depois que a Polícia Civil informou que os PMs estavam sem o equipamento, ao contrário do que informara a corporação inicialmente. Item obrigatório no uniforme, a ausência da câmera é considerada uma “falta grave” pela Corregedoria. A investigação do caso está a cargo da Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat). A ação foi gravada por câmeras de segurança do prédio da avó de um dos jovens, que estavam entrando no momento da abordagem. Os PMs são acusados de racismo.

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    “Cabe ressaltar que a SEPM (Secretaria de Estado da Polícia Militar) não compactua com desvios por parte de seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos. A Polícia Militar segue colaborando integralmente com a investigação realizada pela Polícia Civil”, diz trecho da nota da corporação enviada ao jornal O Globo. Em entrevista ao jornal, a delegada Danielle Bullus, responsável pelo inquérito, tanto os adolescentes quantos os PMs negaram que tenha havido xingamentos ou ofensas racistas. O outro policial que também participou da ação ainda não prestou seu depoimento. A Polícia Civil ainda vai analisar imagens de outras câmeras de segurança da região e também pretende ouvir outros policiais militares, que naquela noite estavam baseados noJardim de Alah.

    Em depoimento à agentes da Deat, nesta quinta (11), um dos PMs que participou da ação negou, em depoimento, que tenha agido de forma racista. O sargento da PM Sérgio Regattieri, lotado na Unidade de Polícia Pacificadora do Vidigal, contou que recebeu uma denúncia de que um turista teria sido assaltado por um grupo de jovens, com as mesmas características dos adolescentes, na orla de Ipanema. Segundo ele, o turista relatou aos policiais que os menores estariam armados com facas. A partir daí, os PMs passaram a procurar pelos suspeitos pelas ruas do bairro e se depararam com os adolescentes agrupados, na Prudente de Morais. Foi quando decidiram fazer a abordagem.

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    Segundo o Globo, também em depoimento, os adolescentes contaram que durante a abordagem os PMs perguntavam o tempo todo “Cadê? Cadê?”, mas que eles não estavam entendendo. Eles relataram ainda que foram colocados contra o muro do edifício e revistados, e que durante o procedimento tiveram as partes íntimas tocadas pelos policiais. No último domingo, o embaixador do Gabão foi ouvido pela polícia e disse que seu filho foi o mais maltratado pelos PMs. Ele afirmou que o menino de 13 anos foi vítima de humilhação e violência psicológica, e que desde o episódio está abalado psicologicamente.

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