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Defensoria Pública critica demolição de três casas na Vila Autódromo

A comunidade fica ao lado do Parque Olímpico, principal área de competições das Olimpíadas, e começou a ser removida pela Prefeitura do Rio na preparação para os Jogos

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 11h30 - Publicado em 12 fev 2016, 14h08
Favela Vila Autódromo
Favela Vila Autódromo (Fernando Frazão/Agencia Brasil/)
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O coordenador do Núcleo de Terras da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, João Helvécio, criticou nesta sexta (12) em entrevista à Agência Brasil a demolição de três casas na Vila Autódromo, na manhã de ontem. Representantes dos moradores da comunidade, no oeste do Rio, também questionam a ação.

A comunidade da Vila Autódromo fica ao lado do Parque Olímpico, principal área de competições das Olimpíadas, e começou a ser removida pela Prefeitura do Rio na preparação para os jogos.

O defensor público João Helvécio diz que não havia decisão judicial que respaldasse a derrubada de todas as casas. Ele afirma que uma decisão da 10ª Vara de Fazenda Pública, de 2 de fevereiro, determinou a demolição de apenas uma das casas.

+ Justiça suspende demolição de associação da Vila Autódromo

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“Tinha uma ordem judicial para a imissão de posse de uma casa, da dona Célia, e a prefeitura derrubou três. A prefeitura dizia que a ordem era para o terreno, mas no processo apresentou apenas uma construção”, disse Helvécio.

Na semana passada, a Defensoria Pública obteve uma medida cautelar que impediu a imissão de posse e a demolição da sede da Associação de Moradores. “Essas casas estavam nos fundos do terreno da associação e não tinha nenhuma decisão específica sobre elas”, reforça ele.

Em uma das casas demolidas morava o presidente da Associação de Moradores, Altair Guimarães, que mudou-se após a demolição da casa onde morava anteriormente, em agosto de 2015. Ele conta que reformou uma casa nos fundos da associação para se mudar com sua família. “Era uma casa antiga que estava lá. Só fiz um complemento, porque era muito pequena”.

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Altair não estava em casa no momento da demolição, pois tinha viajado no carnaval, e ficou sabendo da ação pelos vizinhos. Ele questiona o decreto que determinou a desapropriação de parte da comunidade, pois não incluía as casas demolidas hoje.

Moradora da comunidade, Nathalia Silva conta que os moradores vivem em clima de incerteza e medo diante das ações: “A sensação é de total insegurança. É um terrorismo psicológico com os moradores. Uma ação que a gente não sabe por que foi feita e que vem com aparato policial imenso. A gente acorda com a comunidade tomada de guardas e policiais e não sabe o que está acontecendo”, diz Nathalia, que afirma que os moradores tentaram se informar, mas não chegaram a ver o oficial de justiça: “a gente pediu para falar com o oficial de justiça, mas a informação que a gente tinha era que ele só falaria com algum proprietário”.

João Helvécio também critica a Prefeitura pelo clima de medo em que vivem os moradores: “É um terror que a prefeitura faz se legitimando por decisões judiciais que deixam as pessoas em completa surpresa diante dessa situação”, diz ele, que acrescenta: “As pessoas ficam sem o direito, ao menos, de concordar em tirar as suas coisas pessoais, porque são jogadas no caminhão e levadas para o depósito. E a pessoa que tem que procurar depois e nem sempre vai localizar seus pertences e sabe-se lá em que condições vai encontrá-los”.

A Prefeitura do Rio de Janeiro foi procurada pela Agência Brasil, mas não se posicionou sobre a demolição das casas.

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