Entre 2019 e 2020, o Rio registrou um aumento de 109% no desmatamento da Mata Atlântica. De 44 hectares, a área desmatada passou para 91. O crescimento se intensificou também em mais nove dos dezessete estados que abrangem o bioma. Em São Paulo e no Espírito Santo, por exemplo, o índice ultrapassou 400%.
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O Rio é um dos oito estados em condição próxima ao desmatamento zero, ou seja, menor de 100 hectares, mas o aumento no desflorestamento preocupa. Um dos motivos apresentados para o desmatamento em regiões como Rio e São Paulo é a pressão no entorno das áreas metropolitanas e no litoral, principalmente devido a expansão imobiliária e o turismo.
Os dados são do Atlas da Mata Atlântica, lançado nesta quarta (26), na véspera do Dia Nacional da Mata Atlântica (27), pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Realizada desde 1989, a pesquisa realiza o monitoramento por meio de imagens de satélite e tecnologias de geoinformática.
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No total, o balanço mostra que foram desflorestados 13 053 hectares no período. Apesar de uma redução de 9% em comparação a 2018-2019 (14 375 hectares), o número representa um crescimento de 14% em relação a 2017-2018 (11 399).
“Os governos precisam fazer valer a Lei da Mata Atlântica, que não permite a conversão de áreas florestais avançadas, e garantir o desmatamento ilegal zero por meio do combate às derrubadas não autorizadas”, ressalta Luís Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica.
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Atualmente, a Mata Atlântica mantém apenas 12,4% de sua vegetação original, distribuída por mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados – uma região que abarca 70% da população brasileira e responde por 80% da economia nacional.