G20: ministros defendem taxação de super-ricos para reduzir desigualdade
Ministro Haddad afirmou que 2% dos dividendos representariam um fundo em torno de US$ 200 bilhões
No encontro preparatório do G20 Social, nesta terça (20), no Rio, ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva afirmaram que a proposta de taxação dos super-ricos é fundamental para reduzir a desigualdade e a fome nos países mais pobres.
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A tributação dos mais ricos tem sido um tema recorrente nas reuniões que antecipam o encontro da cúpula de chefes de Estado, marcado para novembro. Os ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Marina Silva (Meio Ambiente) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), presentes no encontro, reforçaram a importância da taxação, ao lado de representantes de movimentos sociais.
A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, citou Fernando Haddad, da Fazenda, sobre a necessidade da taxação para diminuir a pobreza.
“Nós somos 8 bilhões de seres humanos e cerca de 3.000 pessoas tem o equivalente ao orçamento do nosso país pelo menos umas 14 vezes. Por isso o ministro Fernando Haddad colocou no G20 a questão da taxação de super-ricos. Nada mais adequado”, afirmou.
Em julho, a declaração do G20 sobre tributação internacional projetou que os países do fórum buscarão se engajar de forma cooperativa para garantir que os super-ricos sejam taxados de forma efetiva, mas disse que isso precisa ser feito com “total respeito à soberania tributária“. O texto também destacou ser importante que os chamados super-ricos contribuam com uma parcela justa em impostos.
Fernando Haddad (Fazenda) comemorou a inclusão da proposta de taxação de super-ricos no comunicado do G20: “Se tirarmos 2% dos dividendos dos super-ricos, isso daria um fundo em torno de US$ 200 bilhões. Para fazer a transição ecológica o mundo está discutindo com os países ricos conseguir US$ 100 bilhões”.
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O secretário-geral da Presidência da República e coordenador do G20 Social, Márcio Macêdo, afirmou que a taxação dos super-ricos é a proposta que mais sobressai nos debates dos grupos de engajamento. “Somente 1% a população mundial controla recursos que poderiam alimentar 350 milhões de famintos no mundo”, afirmou.