Os candidatos ao governo do estado do Rio buscam fazer o dever de casa para a prova de outubro, nas urnas. Na ponta da língua, sabem que a pandemia aumentou o abismo entre o ensino público e o privado, além de provocar o aumento da evasão escolar. Que muitos alunos sofreram com a falta de internet para acompanhar as aulas remotas, além de todos os problemas que se arrastam, como falta de professores, de equipamentos e até de prédios em mínimas condições de uso.
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Os três mais bem cotados nas pesquisas de intenção de voto, Cláudio Castro (PL), Marcelo Freixo (PSB) e Rodrigo Neves (PDT) concorrem para carregar a bandeira da educação. Enquanto o governador, candidato à reeleição, afirma que já investiu 620 milhões de reais na construção de uma nova rede estadual de ensino e que vai priorizar os professores no primeiro ano de um possível segundo mandato, o deputado enfatiza o fato de ser professor e ter lecionado por 20 anos para afirmar que seu governo será o da educação. Já o ex-prefeito de Niterói lembra que é do PDT, de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro, os criadores dos Centros Integrados de Educação Pública, os Cieps, para puxar para si a marca que pretende renovar: “Vamos reformar, reestruturar, modernizar e reabrir os “brizolões”. Se não tivessem acabado com eles, não estaríamos perdendo tantos jovens para a criminalidade”, anuncia Neves, acrescentando que pretende usar a tecnologia para inserir os estudantes no universo digital, a fim de alcançar um ensino multidisciplinar conectado às transformações econômicas, tecnológicas e sociais. “Vamos implementar a verdadeira Política Pública de Educação do Século XXI, capaz de resgatar os sonhos de nossos jovens”, promete.
Freixo também diz que trabalhará para a transformação dos “Cieps do século XXI” e tem planos para recuperar o tempo perdido pelos alunos da rede que ficaram dois anos fora da sala de aula por causa da pandemia: “Vamos contratar explicadores universitários, que são os estudantes que estão se preparando para serem professores, para darem aulas de reforço nas escolas públicas. Quem tem que pagar isso é o governo, não os pais, que perderam o emprego e renda na pandemia”.
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Já Castro afirma que, desde junho, 50 Cieps do estado estão em processo de modernização, sendo transformados em Escolas de Novas Tecnologias e Oportunidades, as Etecs. “Essa mudança no perfil vai beneficiar 26 mil estudantes, com aporte de 325 milhões de reais. Oito Cieps já foram entregues, e os próximos 42 restantes estarão prontos até o final do ano. Esse é o maior projeto de educação das últimas décadas”, defende ele, que anuncia uma aposta na modernização, na infraestrutura da rede e na qualificação tecnológica para preparar futuros profissionais. Na luta para levar alunos de volta para a escola, o governador conta que 5,5 mil mães foram contratadas para o programa MAE (Mulheres Apoiando a Educação) para trabalharem na busca ativa dos estudantes que não renovaram a matrícula, além de orientarem as famílias sobre a importância da frequência às aulas.
Para Paulo Ganime (Novo), o principal foco será levar o estado para o topo do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. “O Rio de Janeiro já foi 4°colocado e hoje ocupa a 20° posição no ranking do ensino médio no Brasil. Para o tamanho e importância do estado, é uma situação absurda”, avalia ele, que pretende acabar com as indicações políticas na gestão de escolas estaduais e melhorar a gestão pedagógica, além de reavaliar o plano de carreira e salário dos profissionais da educação e criar um plano de metas e recompensas para educadores e gestores. “Vamos implementar um programa de premiação das melhores escolas, tendo como referência o desempenho escolar“, acrescenta.
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Wilson Witzel (PMB), que aguarda a confirmação de sua candidatura, diz que se reeleito vai aumentar a grade horária dos professores que trabalham 16 horas para 32 horas semanais. “Outra medida importante que o nosso governo fará é a ampliação do número de escolas em tempo integral. Hoje, apenas 10,1 das matrículas do Ensino Médio da rede pública estadual são de tempo integral, e sabemos da enorme importância que esse modelo educacional tem na redução da evasão escolar e para a qualidade do aprendizado“, diz ele.
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A prioridade do candidato Cyro Garcia, do PSTU, é aplicar os 25% do orçamento em Educação, como determina a Constituição. “Rejeitamos os projetos autoritários como o ‘Escola Sem Partido’ e modelos de escolas Cívico-militares, pois defendemos uma educação que forme cidadãos críticos e conscientes, com educação sexual e que realize debates sobre temas sociais”, posiciona-se ele. Para Juliete Pantoja (Unidade Popular), além de repor a falta de pessoal com concursos, é preciso criar frentes emergenciais de trabalho, para dar emprego à população a partir de um amplo programa de obras públicas para reforma e construção de novas escolas. E Eduardo Serra (PCB) pretende trabalhar em conjunto com as prefeituras para fortalecer a expansão do ensino fundamental. O candidato do PCO, Luiz Eugenio Honorato, não respondeu as perguntas enviadas sobre o tema.