Intervenção é farsa, defendem Caetano e outros artistas em vídeo

No filme divulgado nesta terça (27), artistas e especialistas defendem outras medidas para a segurança pública no Rio

Por Saulo Pereira Guimarães
27 fev 2018, 16h29
Caetano
Caetano Veloso, em vídeo do movimento 342 Agora (342 Agora/Reprodução)

O movimento 342 agora divulgou na tarde desta terça (27) um vídeo que crítica a intervenção federal no território fluminense. Com a participação de Caetano Veloso, Marcelo Freixo e outras personalidades, o filme define como farsa a medida decretada no último dia 16 e conta com a participação de especialistas de segurança, que defendem propostas alternativas à solução adotada. “Segurança é coisa séria, mexe com a vida das pessoas, não pode ser uma jogada”, afirmou Caetano, em alusão a uma declaração recente do presidente Michel Temer.

“O Exército e a Polícia Federal podem sim ajudar na segurança pública do Rio de Janeiro, mas não com uma intervenção”, afirma no vídeo o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol). Segundo ele, a maior troca de informações entre os serviços de inteligência dos órgãos de segurança seria mais benéfica. Principalmente se fosse focada na questão do tráfico de armas, que impacta diretamente no número de mortes. Vereadora no Rio pelo mesmo partido, Mariele Franco solicita às autoridades a criação de um plano nacional de segurança efetivo. Já o sociólogo Ignacio Cano defende a regularização do pagamento do regime adicional de serviço aos PMs, que assim poderiam colaborar no policiamento das zonas mais conflagradas da cidade, e o redimensionamento das operações militares, com o objetivo de reduzir os tiroteios e a violência letal. Deputado federal pelo PPS, Alessandro Molon apontou a criação de uma câmara de repressão ao crime organizado como algo positivo no atual cenário carioca. “Segurança pública começa com segurança social, com redução da desigualdade”, afirma no filme Ibis Pereira, ex-comandante da Polícia Militar.

Mais do que apenas criticar a intervenção, os participantes do vídeo recordam as dificuldades por que passam os agentes de segurança fluminense. “Os policiais militares do Rio de Janeiro trabalham em condições sub-humanas”, diz na gravação o sociólogo Luiz Eduardo Soares. Por outro lado, fica claro o posicionamento contra a intervenção enquanto solução dos problemas de segurança no Rio. “O exército nas favelas é um remédio que já tomamos e não curou nossos problemas”, justifica a cantora Teresa Cristina no filme. “Michel Temer e o PMDB estão usando as Forças Armadas para ganhar poder num ano eleitoral”, lembra a atriz Maeve Jinkings. “Você vai aceitar esse jogo?”, indaga ela ao fim do filme.

Veja aqui o vídeo completo:

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