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Por que Jair Bolsonaro teve que entregar seu passaporte à Polícia Federal

Documento estava no gabinete do ex-presidente na sede do PL, em Brasília; ele é alvo de investigação por suspeita de envolvimento em tentativa de golpe

Por Da Redação
Atualizado em 8 fev 2024, 14h52 - Publicado em 8 fev 2024, 14h50
Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro: advogado ainda não se pronunciou sobre indiciamento. (Wilson Dias/Agência Brasil)
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Em operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta (8), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve que entregar seu passaporte. Ele, ex-ministros de seu governo e militares de alta patente são suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder mesmo com a derrota nas eleições de 2022. Segundo a PF, os investigados se uniram para disseminar notícias falsas sobre o sistema eleitoral brasileiro com objetivo de criar condições para uma intervenção militar que mantivesse Bolsonaro no poder. Sem o passaporte, Bolsonaro não pode sair do país. Três militares e um ex-assessor dele foram presos na operação, batizada de Tempus veritati – Hora da verdade, em latim.

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O ex-presidente estava em Angra dos Reis, na casa de veraneio que tem na Praia de Mambucaba, sem o passaporte, quando policiais chegaram, na manhã desta quinta (8). Ele recebeu o prazo de 24 horas para entregar o documento, o que já aconteceu. Segundo informação confirmada por Paulo Bueno, advogado do ex-presidente, a certidão de entrega do passaporte, que se encontrava no gabinete do ex-presidente na sede do PL, em Brasília, já foi emitida.

Ao todo, foram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, 4 prisões preventivas e 48 medidas cautelares, como suspensão do exercício da função pública e entrega de passaportes. A operação ocorreu em dez unidades da federação: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Amazonas e Distrito Federal. A PF investiga uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder por meio de uma minuta golpista que previa a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG). As informações constam da decisão de Alexandre de Moraes que embasa a operação deflagrada nesta quinta (8).

Todos os alvos da operação, incluindo o ex-presidente, foram proibidos de falar com os
demais investigados. Entre eles estão:

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General Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
General Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações
Terrestres do Exército;
Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha (veja o que ele disse sobre
a operação);
Anderson Torres, delegado da PF e ex-ministro da Justiça;
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, partido de Bolsonaro, que acabou preso por porte ilegal de arma no momento do cumprimento da busca e apreensão;
Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado
“gabinete do ódio”;
Ailton Barros, coronel reformado do Exército.

Foram alvos de mandados de prisão:

Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro (preso na casa da namorada);
Marcelo Câmara, coronel do Exército ex-assessor especial de Bolsonaro;
Bernardo Romão Correa Neto, Coronel do Exército;
Rafael Martins de Oliveira, major do Exército.

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De acordo com a PF, o grupo se dividiu em seis grupos. Um deles era voltado a construir e propagar informações falsas sobre uma suposta fraude nas urnas, apontando “falaciosa vulnerabilidade do sistema eletrônico de votação”, que continuou mesmo após o resultado da eleição. Outro praticava atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito – ou seja, para concretizar o golpe.

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