Jardim Botânico renova acordo para repatriar amostras da flora do país

Convênio com instituições do Reino Unido foi firmado ontem

Por Agência Brasil
Atualizado em 5 dez 2016, 12h06 - Publicado em 26 jun 2015, 14h13
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jardim-botanico-abre.jpg (Redação Veja rio/)
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O Jardim Botânico do Rio de Janeiro firmou nessa quinta-feira (25) convênio com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Consulado Britânico e o Real Jardim Botânico de Kew, do Reino Unido, dentro do Programa Plantas do Brasil: Resgate Histórico e Herbário Virtual para o Conhecimento e a Conservação da Flora Brasileira (Reflora). Esse programa prevê o repatriamento virtual de amostras da flora brasileira que estão em instituições estrangeiras e serão incorporadas ao projeto Herbário Virtual do JBRJ.

“Nessa colaboração, em particular, dentro do Programa Reflora, com o Kew Gardens, nós celebramos hoje a sua segunda fase, ou seja, os aportes de recursos, tanto do governo britânico, por meio do Fundo Newton, gerenciado pelo Conselho Britânico, quanto do governo brasileiro”, disse à Agência Brasil o diretor de Pesquisa Científica do Jardim Botânico, Rogério Gribel. Assim, o Jardim Botânico do Rio entra na segunda etapa do repatriamento de amostras brasileiras, chamadas tecnicamente de exsicatas (planta prensada e, em seguida, seca numa estufa e herborizada, fixada em uma cartolina), que estão depositadas no herbário do Jardim Botânico de Kew.

Gribel lembrou que a primeira fase do convênio foi firmada em 2011, com o repatriamento de amostras do Kew Gardens e do herbário do Museu Nacional de História Natural, de Paris. O diretor informou que atualmente outras instituições estão envolvidas no projeto.

O Fundo Newton foi criado pelo governo britânico com a finalidade de promover iniciativas que fortaleçam o desenvolvimento social e econômico de países emergentes. O fundo está investindo no projeto de repatriação de amostras para o Jardim Botânico do Rio cerca de 676 mil libras esterlinas ou o equivalente a R$ 3,2 milhões, o que permitirá a digitalização de 80 mil exsicatas do Kew Gardens. O diretor de Pesquisa Científica informou que está prevista uma contrapartida do governo brasileiro na mesma escala.

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Os investimentos na primeira fase do convênio chegaram a aproximadamente R$ 7 milhões, disse Rogério Gribel, e envolveram recursos para bolsas de pesquisadores, investimentos em infraestrutura de tecnologia da informação e comunicação e captura de dados no exterior.

O Jardim Botânico do Rio disponibilizou ao público dados e imagens digitalizadas de 1 milhão de amostras botânicas no Herbário Virtual. Elas incluem amostras da própria coleção da instituição, amostras de outros 17 herbários nacionais e de seis instituições estrangeiras que têm em suas coleções plantas brasileiras, como o Kew Gardens e o Museu Nacional de História Natural, de Paris. O número é considerado pioneiro por uma instituição científica brasileira. 

O Jardim Botânico lançou também nessa quinta-feira o seu Portal de Dados. Segundo Rogério Gribel, o portal engloba não só as informações do Herbário Virtual, mas também dados sobre conservação da flora e outros sistemas referentes à flora do estado do Rio, entre outros. “São dados vinculados à diretoria de Pesquisa Científica do Jardim Botânico. Ou seja, o portal é maior, muito mais amplo [que o herbário].”

Ele acrescentou que a dinâmica do portal é permanente, que o site crescerá à medida que forem sendo incorporados dados relativos a todos os programas, projetos e pesquisas do Jardim Botânico, incluindo listagens de plantas em determinadas localidades, dados de animais e plantas. “É um conjunto de dados muito complexo que vai ficar disponível ao público de nossos projetos e programas.”

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