Os genéricos estão na moda

Cariocas aderem ao visual que combina roupas simples com peças de grife

Por Melissa Jannuzzi
Atualizado em 5 jun 2017, 14h53 - Publicado em 12 ago 2011, 17h46
Fernando Frazão
Fernando Frazão (Redação Veja rio/)
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Duas personalidades das mais poderosas e fotografadas do mundo chamaram a atenção para um jeito democrático de se vestir, que mistura no mesmo armário itens de grife e de lojas populares. Michelle Obama, a primeira-dama americana, e a princesa inglesa Kate Middleton são adeptas do estilo hi-lo, abreviatura da expressão ?high and low?. Esbanjando espontaneidade, elas não têm pruridos em usar no dia a dia um mix de peças sofisticadas (high) com outras mais baratas (low), em tradução livre. Como é praxe no universo da moda, essa tendência atravessou continentes e ganhou seguidoras no Rio. A consultora de imagem carioca Juliana Burlamaqui é uma das que aderiram à harmonização de extremos. É capaz de sair de casa com uma calça de couro Patrícia Viera combinando com uma blusa de seda da popularíssima Renner e sapatos da marca Miu Miu. Para completar o visual, bolsa Birkin da Hermès, colar da Lanvin e carteira das Lojas Marisa. ?Hoje são tantas as opções que as mulheres dificilmente ficam fiéis a uma só marca?, afirma Juliana. ?Nem é mais o suprassumo da elegância se vestir toda grifada.?

Fernando Frazão
Fernando Frazão ()

Livre das amarras de usar apenas peças caras, as mulheres ampliam suas possibilidades de combinações. Essa é uma das vantagens do hi-lo, mas não a única. Outro trunfo do estilo diz respeito a uma parte da roupa tocante à grande maioria das consumidoras: o bolso. Um produto de uma loja popular chega a custar quase dez vezes menos que um similar de grife (veja o quadro). Atentas a esse público sem preconceito, que graças à internet conhece quase em tempo real as últimas coleções lançadas no exterior, as redes comerciais voltadas primordialmente para a classe C passaram a investir com força na cópia de blusas, calças e acessórios de marcas conceituadas. Nessa tendência de romper barreiras, designers renomados têm sido contratados para assinar a coleção de lojas de departamento. Assim, estilistas como Cris Barros, Oskar Metsavaht e Alexandre Herchcovitch, entre outros, criaram peças mais triviais que não caberiam jamais em suas vitrines ? nem em sua etiqueta. Como deixam escancarados seus preços, esses produtos não costumam ter a qualidade nem a durabilidade de um objeto de grife. Mas quem se importa, se eles só serão usados durante uma breve estação e descartados em seguida?

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Na hora de bolar um look hi-lo é de bom-tom respeitar certos ditames para não sair por aí com uma mistura exagerada de peças. Para quem quer se precaver contra os excessos, há uma variedade de sites, blogs e revistas de moda com boas dicas de produtos e seu modo de usar. O grande segredo está na utilização equilibrada de itens requintados com os mais simples. Nessa mistura de tecidos nobres com outros comuns, pegam bem jeans com seda ou couro com malha. A estudante de direito e blogueira Dandynha Barbosa tem outro conselho a dar às noviças: quem quer montar um guarda-roupa realmente diversificado deve bater muita perna pela cidade. ?Presto atenção nas vitrines e garimpo todos os tipos de loja. Afinal, ninguém está nadando em dinheiro?, conta ela, vestida com uma saia de onça da Renner, blusa da Mixed, blazer Zara e com uma bolsa Christian Dior arrematando o visual. Adepta do mesmo conceito parcimonioso na hora de ir às compras, Juliana Burlamaqui é enfática. ?Só existem três coisas que não dá para economizar de jeito nenhum: médico, maquiagem e sapato?, acredita ela. Para essas moças, se a pessoa precisa de dinheiro para ficar elegante, é porque não tem estilo.

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