Caindo a ficha: orelhões abandonados e quebrados são retirados das ruas
Antigos telefones públicos acabaram esquecidos nas calçadas com a popularização dos celulares; prefeitura já retirou oito deles de Copacabana
Pelo menos oito Telefones de Uso Público (TUP), popularmente conhecidos como orelhões, foram removidos das ruas de Copacabana nesta terça (3) por estarem abandonados e quebrados. O trabalho faz parte da iniciativa da Subprefeitura da Zona Sul de ordenar e organizar o bairro, desobstruindo o passeio público ao retirar do caminho dos pedestres o que está sem uso.
+ Henry Borel: lei que combate violência contra menor é aprovada na Câmara
A ficha demorou a cair. Em decreto publicado pela Agência Nacional de Telecomunicações no fim de 2018 (decreto 9.619/2018), a Anatel liberou as concessionárias de telefonia da obrigação de investir em orelhões para que, em troca, elas levem o sinal de celular 4G a quase 1.500 áreas isoladas e carentes do país. Com isto, os orelhões deixaram de receber manutenção e foram esquecidos nas ruas.
“Mapeamos em Copacabana pelo menos oito orelhões abandonados e estamos fazendo as remoções. Não vamos permitir que as ruas fiquem ocupadas com o que não serve mais“, disse o subprefeito Flávio Valle.
“A Conservação está atenta aos mobiliários urbanos desativados. Além dos orelhões, retiramos placas informativas que estavam sem uso e resultavam em poluição visual nas ruas cariocas. Seguiremos trabalhando em parceria com as subprefeituras para deixar a cidade ainda mais bonita”, acrescentou a secretária de Conservação, Anna Laura Valente Secco.
+ Para receber VEJA RIO em casa, clique aqui
O primeiro telefone público tipo orelhão foi instalado na cidade há 50 anos, no dia 20 de janeiro de 1972, dia de São Sebastião, padroeiro do Rio. Antes disso, essas cabines ficavam dentro de padarias ou bares. O apelido de orelhão surgiu por conta do formato do protetor para os telefones públicos projetado pela arquiteta e designer brasileira, nascida na China, Chu Ming Silveira. Muito usado no passado por quem tem acima de 35 anos, com créditos em fichas ou cartões, ele acabou esquecido com a popularização dos celulares.