Polícia do Rio investiga jogo “Baleia Azul” que induz ao suicídio

Jovens estão sendo aliciados através das redes sociais

Por Agência Brasil
18 abr 2017, 15h38
Segundo a delegada Fernanda Fernandes, o jogo mortal já está sendo praticado no Rio (Internet/Reprodução)
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A Polícia Civil do Rio está investigando um jogo de internet que pode estar levando jovens a mutilações corporais e até ao suicídio. Conhecido como Baleia Azul, o jogo é praticado em comunidades fechadas de Facebook e Whatsapp. Ele instiga os jogadores, a grande maioria adolescentes, a cumprirem 50 tarefas, sendo que a última delas é o suicídio.

A delegada Fernanda Fernandes, da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), acredita que o jogo, já identificado em outros países e outros estados do Brasil, esteja sendo praticado no Rio. Ela já tem, pelo menos, quatro casos suspeitos, todos envolvendo adolescentes.

“Não parece se tratar de um boato.Temos várias comunidades que estamos rastreando sobre o jogo, algumas falando diretamente o nome Baleia Azul, outras com codinomes. O jogo existe, é real”, disse a delegada.

Fernanda ouviu, na tarde da última segunda-feira (17), o pai de uma estudante de 14 anos, de um colégio do interior do estado, que relatou preocupação de que a adolescente possa estar envolvida no jogo, pois ela teria riscado a baleia, com objeto cortante, no antebraço, o que é uma das fases do Baleia Azul.

Nesta terça-feira (18), a delegada irá, com o pai da jovem, ao seu encontro. O objetivo da investigação, segundo ela, é evitar que os jovens se suicidem, mais do que encontrar os mentores dos grupos, o que será feito no decorrer dos trabalhos.

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“Temos esta vítima que vamos tentar ouvir. Os indícios, as fotos e postagens no Facebook, nos levam a crer que ela tem envolvimento com o jogo. Ela tem o desenho da baleia azul no antebraço, embora não tenhamos contato com ela para confirmar isso. Nós já vimos cortes no corpo dela e postagens insinuando suicídio, então a gente fica preocupada”, disse.

Fernanda Fernandes fez uma apelo aos familiares e amigos de possíveis vítimas para procurarem a delegacia e relatarem os fatos. “O apelo para os pais é que verifiquem qualquer mudança, alteração de comportamento dos jovens e qualquer comportamento depressivo, mais introspectivo. Se têm hábitos mais noturnos e de madrugada na internet. Os pais têm que ter controle do que os filhos estão fazendo nas redes sociais. E prestar atenção se têm indícios de lesão no corpo dos filhos. Também é preciso entrar em contato com a escola. O adolescente, quando vira vítima do jogo, muda o comportamento”, disse.

As denúncias podem ser feitas pelo telefone da DRCI (21) 2202-0273 ou pelo e-mail da delegacia (drci@pcivil.rj.gov.br). Os mentores dos jogos, que surgiu na Rússia, podem ser indiciados por crimes de associação criminosa, lesão corporal, ameaça e até homicídio. Segundo relatos, os mentores ameaçam as vítimas se elas deixarem o jogo.

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