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Polícia Federal diz que Bioparque pôs girafas “em verdadeiros depósitos”

Representantes de zoológico e servidores públicos foram indiciados por maus-tratos; três animais morreram após fugirem de galpão em 2021

Por Da Redação
9 nov 2022, 14h33
girafas
Morte de girafas: denúncias do MPF são graves contra representantes do Bioparque (./Reprodução)
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O caso de maus tratos a 18 girafas importadas da África do Sul, que levou três delas à morte, fez com que a Polícia Federal indiciasse dois servidores públicos e dois representantes do Bioparque, o antigo zoológico, por crimes previstos na legislação ambiental. O caso aconteceu em novembro do ano passado. Os animais estavam no Portobello Safári, em Mangaratiba, divididos em grupos de três em cubículos de 31 metros quadrados. Em instrução normativa, o Ibama estabelece que o tamanho mínimo adequado do recinto deveria ser de 600 metros quadrados para cada dupla. Ativistas que ajudaram a denunciar a situação esperam que o Ministério Público Federal ofereça denúncia à Justiça pelo que chamam de maior caso de tráfico de animais selvagens e silvestres noticiado no Brasil.

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O relatório final da PF concluiu que o analista ambiental do Ibama Hélio Bustamante Pereira de Sá e a servidora do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) Priscila Diniz Barros de Almeida
incorreram na prática de delito durante o processo de autorização e licenciamento para receber os animais. Já o biólogo Cláudio Hermes Maas e o diretor operacional Manoel Browne, do BioParque, são acusados da prática de ato de abuso, de maus-tratos e de ferir animais silvestres e exóticos, resultando em sua morte. Os quatro podem ser condenados a três anos de reclusão, além de multa. Mas, no caso dos representantes do BioParque, empresa responsável pela importação, a prisão pode ser aumentada de um sexto a um terço.

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Segundo reportagem do jornal O Globo, a inteligência da PF também apontou que os representantes do BioParque conseguiram a importação junto a comerciantes de animais da África do Sul sob a justificativa de que se tratava de um “Projeto de Conservação Integrada”, embora fosse puramente comercial. Parte dos animais, afirma o relatório, seria vendida para outros zoológicos. “Esses animais nunca deveriam ter vindo para o Brasil, foram trazidos de maneira ilegal e submetidos às práticas mais cruéis, sofrendo maus-tratos até hoje”, diz a advogada Ana Paula Vasconcelos, autora de ações nas esferas estadual e federal em nome do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal.

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