Desde o início do século XX, os carros revolucionaram a forma como vivemos. Com a mobilidade garantida sobre quatro rodas, cidades se expandiram e os subúrbios tornaram-se áreas valorizadas. A popularização dos automóveis, no entanto, teve seu preço. Hoje, as cidades sofrem com poluição e trânsito caótico. Para chamar atenção a esse problema foi criado o Dia Mundial Sem Carro. A data é comemorada anualmente em 22 de setembro, quando motoristas do mundo inteiro deixam seus automóveis em casa e recorrem ao transporte público.
Confira as ruas mais congestionadas da cidade
O Rio sofre há décadas com a falta de investimento em mobilidade urbana e tenta saídas para diminuir os intermináveis engarrafamentos. Situação agravada a partir dos anos 70, quando crescemos em direção à Zona Oeste. Os investimentos não acompanharam a ocupação vertiginosa dos novos bairros: somente em 2010 o governo estadual iniciou a expansão do metrô para a Barra. E a última grande avenida inaugurada foi a Linha Amarela, em 1997.
O resultado são quilômetros de engarrafamento diários. No horário de pico no trânsito, das 7h às 10h, certas vias são verdadeiras roubadas. De acordo com informações da CET-Rio, a rua Conde de Bonfim, na Tijuca, tem velocidade média de 15 km/h, a mais baixa da cidade. É menos que uma carroça, que pode atingir até 26 km/h. Outra via problemática é a Radial Oeste, que tem velocidade de 16 Km/h, em média. Na Zona Sul, as piores são a Rua Jardim Botânico, com seus 17 Km/h, e a Borges de Medeiros, que atinge a marca de 18 Km/h.
Na última terça (20), a prefeitura lançou a primeira estação do Bus Rapid Transit, o BRT, que promete aliviar o caos diário nas ruas da Zona Oeste. A parada de ônibus tem 250 metros e faz parte do sistema Transoeste, que ligará a Barra da Tijuca a Campo Grande em 39 estações. Além desse, outros dois BRTs prometem aliviar o trânsito até a chegada da Copa e das Olimpíadas. O Transcarioca terá 39 quilômetros de extensão exclusivos para ônibus articulados e ligará o aeroporto Internacional à Barra.
Já o metrô só entrará em operação em 2015. O trajeto da linha 4, no entanto, é alvo de polêmica. Moradores preferem que o trem siga pelo Humaitá, mas o governo do estado quer que a linha seja ligada ao sistema já existente pela estação General Osório. E, segundo o secretário estadual de transportes, Júlio Lopes, a estação Gávea pode não ficar pronta no tempo previsto. Mesmo que as obras tenham sucesso, até 2014 o carioca vai continuar à mercê dos engarrafamentos colossais que se formam diariamente.