Polícia prende mulher que mantinha sobrinha de 15 anos em cárcere privado
A jovem vivia em condições análogas à escravidão no apartamento da tia no Flamengo com agressões físicas e psicológicas eram diárias
A Polícia Civil prendeu uma mulher acusada de manter a sobrinha, de 15 anos, em cárcere privado em seu apartamento no Flamengo. A prisão foi realizada pela 9ª DP (Catete). Segundo as autoridades, a jovem vivia em condições análogas à escravidão e era obrigada a realizar as tarefas domésticas enquanto sofria agressões físicas e xingamentos de cunho racista.
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As investigações policiais apontaram que a adolescente foi morar com a tia durante a infância. Por conta dos abusos constantes, a menina fugiu para a casa dos pais, onde denunciou os maus tratos.
Com o intuito de desacreditá-la, a tia levou laudos médicos falsos à Justiça, que a diagnosticavam com esquizofrenia e afirmavam que as agressões seriam inventadas. Um dos documentos alegava que o contato com a família poderia ser prejudicial a saúde mental da jovem.
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Ainda de acordo os agentes, a vítima comunicou as agressões na escola e ao síndico do prédio, mas a tia conseguiu manter a guarda da jovem por meio dos laudos mentirosos.
Após denúncia do Conselho Tutelar, agentes apurara, os laudos e concluiu que eram enganosos e a jovem nunca havia tido esquizofrenia. A polícia ainda afirma que a razão por trás da adoção da menina sempre foi usá-la como escrava.
O rotina da jovem era de violência diária: restrições alimentares e agressões físicas e psicológicas, incluindo comentários de cunho racista. Caso não realizasse as tarefas domésticas, a jovem era impedida de se alimentar.
O mandato de prisão temporária contra a acusada é pelos crimes de tortura, cárcere privado, falsificação de documento público, racismo e redução à condição análoga à de escravo.