Tarifa do metrô deveria ser quase 2 reais mais barata, aponta TCE
Passageiros pagam hoje pela passagem R$ 7,50, quando deveriam estar desembolsando R$ 5,80; segundo relatório houve irregularidades nos reajustes aplicados

Relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) apontou que a passagem do metrô no Rio deveria custar R$ 5,80, e não os R$ 7,50 cobrados atualmente. A análise da corte foi feita após o deputado estadual Professor Josemar (PSOL) entrar com representação apontando irregularidades nos reajustes aplicados. O valor atual foi reajustado em abril deste ano, subindo de R$ 6,90 para R$ 7,50, tornando o sistema de metrô do Rio o mais caro do país. O cálculo para o novo valor foi realizado pela concessionária que administra o serviço considerando variáveis como a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os gastos com equipamentos e manutenção, e a quantidade diária de passageiros.
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Segundo a Coordenadoria de Auditoria em Desestatização do TCE, os reajustes tarifários incorretamente incluíram o pico do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e, posteriormente, o pico do IPCA, ambos provocados por uma distorção extraordinária durante a pandemia da Covid-19. O levantamento destacou que essas medidas foram tomadas apesar da previsibilidade de que esses picos ocorreriam, baseando-se na tendência de longo prazo das curvas de ambos os índices. O percentual acumulado do IGP-M entre 2021 e 2022 foi de 42,62%. Já entre 2023 e 2024, o índice aplicado nos reajustes passou a ser o IPCA, que teve um percentual acumulado de 10,28%, enquanto o IGP-M acumulou apenas 0,47%. O TCE-RJ concluiu que a mudança do índice de reajuste do IGP-M para o IPCA, nas circunstâncias e no momento em que foi realizada, aumentou indevidamente a tarifa do metrô.
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“A título exemplificativo, caso a alteração do IPCA tivesse ocorrido tempestivamente em substituição ao IGP-M, que sofreu um descolamento extraordinário durante a pandemia de Covid-19, os reajustes tarifários de 2021 a 2024 teriam sido todos pelo IPCA e resultariam em uma tarifa de R$ 5,81, um valor que seria, hoje, 23% inferior ao valor atual de R$ 7,50”, diz parte do relatório.