Mês sim, mês também, uma nova “modinha” surge nas redes sociais, toma conta das timelines e acaba dividindo opiniões. Sempre há quem defenda e quem critique o meme ou a brincadeira. Nos último dias, um teste do Facebook que cria um rosto do gênero oposto a partir da foto de perfil do usuário viralizou na web, lotou as linhas do tempo e divertiu os participantes com montagens bem realistas. Entretanto, o que parece inofensivo revela um problema que vai além do gosto pela diversão: uma política de privacidade duvidosa.
A transformação é feita pelo aplicativo FaceApp através do site Kueez, que reúne diversos outros testes que precisam do acesso a algumas informações da conta do usuário para serem realizados. Para participar, deve-se logar no site através do Facebook e conceder a permissão, mas um link que direciona o usuário para a longa política de privacidade – disponibilizada apenas em inglês – esconde alguns pontos que desencorajariam até os mais animados a participarem. Confira:
- “Nós podemos compartilhar informações agregadas dos nossos usuários, após excluir as partes identificáiveis, com determinadas empresas que tiverem o interesse em oferecer a você certos conteúdos promocionais que possamos achar relevantes para você”
- “Nós podemos compartilhar suas informações pessoais parcial ou integralmente com nossas subsidiárias, outros sites operados por nós, joint ventures e outros afiliados confiáveis que nós temos ou possamos vir a ter no futuro”
- “De acordo com o nosso Termo de Serviços, podemos usar o conteúdo enviado por você (incluindo suas fotos e de outras pessoas vinculadas à sua conta no Facebook) para aparecer como parte integral de partes dos serviços que oferecemos (por exemplo, sua foto pode aparecer em alguns quizzes ou games até mesmo para pessoas que você não conheça).
Em resumo, o site, que é administrado por uma empresa identificada como Yoto Media Group, pode compartilhar informações com outras empresas para fins comerciais, além de poder usar fotos suas e de seus amigos em outros jogos sem pedir autorizações futuras, exibindo-as para desconhecidos.
Além disso, é dado ao site o acesso a informações pessoais, mesmo que não estejam divulgadas em seu perfil público. Caso a opção de concessão não seja editada, o sistema se utilizará de seu nome, sua foto de perfil, idade e data de nascimento, endereço de e-mail, fotos carregadas e marcadas.
Caso o acesso já tenha sido concedido, é possível remover as permissões através deste link, onde é possível excluir o Kueez.
Por conta da polêmica em torno do sistema utilizado, representantes do Kueez se manifestaram afirmando que não guardam informações pessoais dos participantes:
“O Kueez não armazena nenhuma informação pessoal sobre o usuário. O que nós guardamos é ID de usuário, email, nome e resultado da foto para oferecer uma experiência melhor de usuário (como recomendações), o que é padrão. O propósito do Kueez é gerar um resultado personalizado, e, portanto, precisamos de acesso a alguns dados que são fornecidos por meio do plugin do Facebook e totalmente de acordo com as políticas do Facebook. É importante notar que as permissões que pedimos são baseadas no próprio quiz.
Por exemplo, nós precisamos de sua foto pessoal para modificá-la e apresentar uma versão sua com o gênero oposto. Se o quis é sobre signos do zodíaco, nós pediremos pela sua data de nascimento. A informação é apenas voltada para uma melhor experiência de usuário – todas as informações são usadas para a criação do resultado e nós não as armazenamos.”
Nova Vale Tudo: Deborah Bloch não teme comparações com Beatriz Segall
Prefeitura vai gastar R$ 15 milhões com festa de encerramento do G20
