Turista israelense que morreu no Rio se desequilibrou em mureta, diz amigo
Segundo Dan Hen, ladrão avançou na direção de Alma Bohadana, que tentou fugir; vítima ainda estava viva e chorava de dor quando ele chegou ao local da queda
Dois dias após a morte da turista israelense Alma Bohadana, pelo menos três pessoas já foram ouvidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que investiga o que teria provocado sua queda, de um precipício de cerca de 15 metros de altura em Santa Teresa, na noite de domingo (5). O principal depoimentos é do amigo Dan Hen, que acompanhava a jovem de 22 anos no momento em que ela caiu. Segundo ele, que também é israelense, Alma tentava se afastar da abordagem de ocupantes de um carro vermelho, na Rua Almirante Alexandrino, quando caiu.
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Hen contou aos policiais que os dois voltavam de uma trilha ao Cristo Redentor no momento da abordagem. Segundo ele, o carro se aproximou e um dos ocupantes pediu os pertences da jovem e avançou na direção dela, que estava muito próxima da mureta de proteção da estrada, que bate na altura do joelho de uma pessoa adulta. Na versão do amigo, Alma tentou se afastar, mas se desequilibrou na mureta e caiu. Os ocupantes do carro fugiram. Ainda de acordo com o depoimento do israelense, ele desceu a escada à procura dela amiga, mas foi difícil achar por causa da quantidade de árvores e da escuridão. Quando a encontrou, ela ainda estava viva e chorando de dor. Alma teve várias fraturas e morreu antes da chegada dos bombeiros ao local.
Outras duas testemunhas que viram quando o rapaz descer a escada pra ajudar Alma também depuseram na Delegacia de Homicídios Capital, assim como um terceiro israelense, que viaja com Hen e que está hospedado no mesmo hostel dos dois, contou aos policiais que eles chegaram ao Rio para o show de Madonna e decidiram ficar mais uns dias. Alma viajava sozinha pelo Brasil e os conheceu no hostel. Um representante do Consulado Israelense acompanhou os jovens na delegacia, mas eles não quiseram falar com a imprensa.
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O corpo de Alma foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) e aguarda liberação. Antes de vir ao Rio, Alma Bohadana ficou por volta de três meses em Salvador, na Bahia. No hostel onde se hospedou, ela desenhou uma mandala com capoeiristas e deixou ótimas lembranças aos funcionários. “Uma alma linda, uma artista, sempre sorrindo, radiante, falante, muito inteligente. Nos divertimos, rimos, conversamos e dançamos muito. Ela tinha aprendido a sambar e compartilhava muito da sua cultura israelense. Ela vai ficar pra sempre aqui, conosco, na mandala que pintou com tanto amor, em cada detalhe”, escreveu um deles.