VEJA RIO entrevistou 25 personalidades que foram destaque na revista

De socialites a empresários e políticos, estas personalidades ilustraram as páginas da publicação em seu primeiro ano de vida

Por Sofia Cerqueira
Atualizado em 2 jun 2017, 11h58 - Publicado em 24 set 2016, 01h01
PATRÍCIA LEAL
PATRÍCIA LEAL (Léo Aversa/)
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O termo patricinha, em sua definição mais purista, designa jovens bem-­nascidas, apaixonadas por grifes, que frequentam locais da moda e tendem para o consumismo. Com o tempo, virou também sinônimo de jovens dondocas, meninas mimadas e, não raro, sem nada na cabeça. Seja qual for a interpretação, a etimologia da palavra dicionarizada tanto no Houaiss como no Aurélio está diretamente ligada a uma pessoa: Patrícia Leal, a Pat, hoje com 54 anos. A conexão entre ambas nasceu pelas mãos do colunista Zózimo Barroso do Amaral (1941-1997), ao descrever a herdeira de uma das mais tradicionais famílias cariocas como ícone de uma geração. Não foi por acaso que VEJA RIO trouxe na capa de sua primeira edição, publicada em 4 de setembro de 1991, a foto de Pat, retratada como uma referência da nova high society — uma turma não tão esnobe quanto seus antecessores, que já não ligava tanto para pedigree, trabalhava (mesmo sem precisar) e adorava badalação. “Isso mudou com o tempo. Agora, por exemplo, não existe mais a supervalorização do sobrenome. O que vale é o que se faz”, ressalta Patrícia, mãe de dois filhos — Antônio Pedro, 21 anos, e Tereza Beatriz, 19 —, fruto da união com outro rebento da nobreza carioca, o ex-playboy Antenor Mayrink Veiga, com quem foi casada por catorze anos, entre 1992 e 2007.

Além da beleza e da simpatia, Pat ganhou a primeira capa da revista também pelo simbolismo que carregava. Nascida e criada em um palacete centenário em Laranjeiras, que, de tão deslumbrante, já foi sede de uma mostra de decoração, é trineta do conde Modesto Leal — uma das maiores fortunas da República Velha (1889-1930). Atualmente, ela vive em uma mansão de três andares cercada de verde no imenso terreno da antiga propriedade e de onde se descortina uma vista espetacular da Baía de Guanabara. Além do casamento com um Mayrink Veiga, Pat registra em sua biografia vários episódios que a transformam em parte da história do último quarto de século no grand monde carioca.

QUADRO PATRÍCIA LEAL
QUADRO PATRÍCIA LEAL ()

Antes de se unir ao ex-marido, Patrícia envolveu-se em um quiproquó retumbante, daqueles que fazem a delícia de um ambiente com forte vocação mundana como o Rio. Em setembro de 1990, a socialite trocou alianças em uma cerimônia religiosa reservada com ninguém menos que Eike Batista, dono daquela que seria a maior e mais efêmera fortuna já vista no país. O enlace oficial, entretanto, só ocorreria alguns dias mais tarde, em meio a uma festança para 400 convidados. Antes disso, porém, Eike desistiu da união, enfeitiçado pela beleza de Luma de Oliveira, com quem se casaria pouco depois. Mesmo com o baque, Pat logo voltou a circular pela Hippopotamus e pelo Country Club — mas só se referia ao ex como “o falecido”. E foi à distância que viu o império de Eike se esfarelar, em 2014. “Eu o encontrei no Mr. Lam e morri de dó. Não guardo mais mágoa dele”, diz, magnânima.

Outro fenômeno a que Patricia assistiu de camarote foi a derrocada financeira dos ex-sogros, Carmen e Tony Mayrink Veiga, o casal 20 da sociedade carioca por décadas. As dívidas com os liquidantes do Banco Nacional levaram à penhora de alguns de seus bens e os obrigaram a se desfazer de obras de arte. “O problema não foi só na casa deles. Perdi a conta das vezes em que tomei cafezinho com um oficial de Justiça”, lembra ela. De certa forma, esse episódio foi um marco da decadência da velha aristocracia carioca.

Quando se separou de Antenor, em 2007, Pat voltou a ser assunto na alta-roda. Na época, as línguas viperinas comentavam que ela teria trocado o marido por uma personal trainer da academia Estação do Corpo. “Olha bem para a minha cara e vê se é verdade”, diz Patrícia, quando confrontada com o assunto. “Uma ex dela inventou essa história por mau-caratismo, e isso ganhou uma proporção absurda”, completa. Chocólatra, amante do golfe e das bolsas que chama de “Luís” (Louis Vuitton), Patricia gosta de se enxergar como parte de uma geração que já se recolhe à sombra da história. “As patricinhas de hoje são as it girls”, sentencia. Exatamente como preconizava uma reportagem de VEJA RIO, em 2010.

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ALTA SOCIEDADE: + Os barracos que abalaram a high society carioca nos anos 90 e 2000

EVENTOS: + Os grandes eventos do Rio nos últimos 25 anos

CIDADE: + Os números do RIo no último quarto de século

MODA: + As principais tendências nos últimos 25 anos

GASTRONOMIA: + O que mudou no Rio dos anos 90 para cá

CULTURA E ENTRETENIMENTO: + Peças e shows que marcaram a história da cidade

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