Top 5 lugares para sair correndo pelo Rio, com dicas para asfalto e trilha
O ultramaratonista Guga Tommasi, da Equipe Toscano, compartilha seus melhores trajetos para explorar a cidade correndo, com segurança, variedade e motivação

No Rio de Janeiro, correr não é só treino, é um deslumbre atrás do outro com as paisagens da cidade. Sou carioca, e não me canso de admirar o espelho da Lagoa, o Cristo Redentor lá no alto, o morro Dois Irmãos no horizonte. Isso muda tudo, acho que até o pace.
Para entender como tirar o máximo dessa variedade entre tantos lugares esplendorosos para correr no Rio, conversei com Gustavo Tommasi, o Guga, treinador e sócio da Equipe Toscano, além de ultramaratonista de asfalto e trilhas. Ele listou seus cinco percursos preferidos, revelando a energia de cada um e as melhores dicas para aproveitá-los ao máximo, com segurança e planejamento.
TOP 1: Parque Nacional da Tijuca (PNT)
Vibe: Refúgio e desafio
“É a maior floresta urbana do mundo. E a vista recompensa cada gota de suor”

Considerado o Top 1 do treinador, o PNT, para os íntimos, é, para o Guga, mais do que uma trilha: é casa. “Frequento desde os cinco anos de idade. Hoje, todos os meus treinos específicos de montanha faço lá. Conheço cada curva”, garante. É por ali que ele se prepara para desafios maiores, como as ultramaratonas pelo mundo, com desníveis exigentes, mata fechada, cachoeiras e picos.
TOP 2: Alto da Boa Vista
Vibe: Exploração infinita

“No Alto da Boa Vista, a variedade é infinita. Tem tudo: subida, plano, descida, trilha e asfalto”
Para Guga, quem corre no Alto da Boa Vista, não precisa repetir percurso. Além disso, cada treino ganha um novo ponto turístico no caminho: Mesa do Imperador, Vista Chinesa, Paineiras. É quase um 360° da cidade, ligando Zona Norte, Sul e Oeste.
TOP 3: Trilhas do Horto
Vibe: Conexão com a montanha

“Você pode começar aquecendo na parte plana da Lagoa e, em poucos minutos, já está subindo rumo ao Cristo Redentor”
Para Guga, as trilhas do Horto são a porta de entrada para quem quer sair do asfalto, sem abrir mão da cidade. A mistura de nível do mar com desnível de montanha cria um treino completo, com força, equilíbrio e, claro, aquele bônus: vistas espetaculares.
TOP 4: Lagoa Rodrigo de Freitas
Vibe: Precisão e ritmo

“A volta tem 7,5 km, o percurso é plano, dá para controlar bem o ritmo. Funciona muito para quem gosta de bater metas”
A Lagoa é, para o treinador, um “centro de treinamento a céu aberto”. Ali ele faz desde tiros de velocidade até rodagem regenerativa. Guga gosta de transformar cada volta em objetivo: “Se quero 21 km, sei que preciso dar quase três voltas. É prático e motivador”.
TOP 5: Orla da Zona Sul à Barra
Vibe: Prazer e paisagem

“A vibe na orla é ótima e o visual, lindo. Perfeito para o fim de semana ou feriado”
Para Guga, a orla é sinônimo de lazer. Ele prefere correr quando a pista fecha para os carros, aos domingos ou feriados. É quando o treino encontra o lado mais leve da corrida: famílias passeando, gente na bicicleta, o cheiro de mar misturado ao vento fresco. É cenário para rodagem sem pressa, ou para quem quer unir quilometragem do longão do fim de semana com lindos visuais.
Trilha não é brincadeira: “Nunca vá sozinho. Vá com quem conhece o caminho, isso faz toda a diferença para o treino ser seguro e prazeroso”, diz Gustavo Tommasi. Na mochila, leve sempre água, comida prática (paçoca, castanhas, gel de carboidrato), corta-vento, kit de primeiros socorros, apito e lanterna.
Acerte o horário: “Na trilha, gosto de sair ao amanhecer: está mais fresco e vazio. Na Orla e na Lagoa, prefiro correr à noite, por volta das 21h, quando o movimento já diminuiu”, conta. E um alerta: fuja do horário mais quente do dia, entre 11h e 16h.
Varie o terreno e curta o caminho: “Treinar no plano trabalha ritmo, velocidade e resistência. Na montanha, você ganha equilíbrio, força e consciência corporal. Um treino completa o outro”, explica. Para manter a constância, ele reforça: “Tudo tem que ser prazeroso. Defina sua proposta antes de sair, conheça o lugar e curta. Assim a gente nunca se arrepende”.