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Dra. Danielle Negri

Por Danielle Negri, pediatra especializada em neonatologia formada pela Universidade Federal Fluminense Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Saúde

Você sabe por que dos 3 aos 6 anos é considerada a “Idade da Fantasia”?

Como canalizar a imaginação fértil para a educação?

Por Danielle Negri
26 mar 2025, 16h43
Crianças em processo de criação.
 (Artem Podrez/Pexels)
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A “Idade da Fantasia” é considerada uma fase crucial para a construção das capacidades cognitivas, emocionais e sociais da criança. A imaginação, então, não é apenas uma forma de brincar, mas um meio poderoso de aprendizado e crescimento. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), isso é tão importante, que criar e inovar faz parte das dez habilidades do profissional do futuro. Entre os 3 e os 6 anos de idade, as crianças atravessam uma fase única, marcada por intensa exploração do mundo através da fantasia. Nessa etapa, o pensamento mágico predomina, e a distinção entre o real e o imaginário ainda é fluida.

De outro lado, um estudo das universidades de Konstanz, na Alemanha e de Thurgau, na Suíça reforça a ideia da imaginação, destacando que quanto mais uma criança está aberta às brincadeiras, maiores serão suas habilidades socioemocionais.

O que explica esse fenômeno está relacionado ao desenvolvimento do cérebro infantil. Dos 3 aos 6 anos, as conexões neurais estão se formando rapidamente. É importante ressaltar que o cérebro das crianças ainda está em um estágio de grande plasticidade, o que permite a criação de universos paralelos, onde qualquer coisa é possível. Além disso, o senso de identidade e a compreensão do mundo estão em processo de construção. Ao fantasiar, a criança não apenas imita a realidade, mas também a recria, experimentando emoções, situações e relações de forma simbólica.

A leitura de livros infantis também é uma excelente ferramenta, por proporcionar contato com novas ideias e vocabulários, ao mesmo tempo que alimenta a imaginação, criando uma base para o aprendizado contínuo. Para a especialista em neurobiologia da leitura, Maryanne Wolf, em entrevista à BBC Mundo, a leitura em nível superficial busca apenas a obtenção da informação, mas a profunda utiliza muito mais o córtex cerebral. Em seu livro, “Proust and the Squid: The Story and Science of the Reading Brain (Proust e a Lula: a História e a Ciência por trás do cérebro que lê), Wolf explica que quando uma criança vai da decodificação à leitura fluente, o caminho dos sinais através do cérebro muda.

Para canalizar a imaginação fértil dos filhos de forma educativa, os pais podem estimular atividades que integrem o brincar com o aprendizado. Uma ótima dica é criar histórias em conjunto, onde a criança inventa personagens e cenários, permitindo que ela desenvolva a linguagem e o raciocínio lógico. Jogos de faz de conta, como simular profissões ou situações cotidianas, ajudam a expandir a compreensão sobre o mundo real e as relações sociais. Além disso, ao propor desafios criativos, como construir algo com blocos ou resolver enigmas simples, os pais incentivam o pensamento crítico e a resolução de problemas.

É importante que os pais e educadores saibam como orientar o uso da fantasia sem limitar a liberdade criativa. O equilíbrio entre a ludicidade e a realidade é fundamental para que a criança compreenda o que é possível no mundo real e o que pertence ao reino da imaginação. Ao usar esse período de forma construtiva, a infância pode ser um palco fértil para o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais que servirão como base para o aprendizado ao longo da vida.

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