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As NOVAS vozes da cena musical brasileira contemporânea
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Chico, Cássia, Nando, FARO e All Star.

Conversa vai, conversa vem e o papo desencadeou pra "filhos talentosos que conquistam espaços na mesma profissão de seus pais".

Por Fabiane Pereira
6 jun 2018, 10h34
 (ChicoBrown_FabianePereira_créditoAngélica Cabral/Facebook)
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Era sábado por volta das quatro da tarde. Caminhava em direção ao mercadinho São José, em Laranjeiras, porque prometi ao crush paulista que apresentaria a ele um Rio profundo – sabe-se lá o que isso quer dizer. Sempre achei o lugar, uma espécie de polo cultural do bairro imortalizado pela voz de Cássia Eller, um bom exemplo de “Rio raiz” já que nem só de nutella vive a zona sul (entendedores entenderão).

Pra não ser muito clichê, estava com uma botinha sem salto de cano curto. Embora, pra uma mulher musical como eu, seja impossível andar por Laranjeiras e não sentir imediatamente um tênis se materializar nos pés. E não é qualquer tênis. Mas um icônico All Star azul que já vem com trilha sonora. O crush não estava com um All Star preto de cano alto porque não somos um casal clichê. Nem somos um casal, ainda.

 

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Como disse na crônica da semana passada, escrever sobre música é muito difícil e já comecei a me perder nas minhas próprias ideias. Tá certo que escrever é escavação e, espero, voltar até o fim deste texto, pro caminho que pensei percorrer quando comecei a escrevê-lo. Meudeusdocéu, qual a diferença mesmo entre escrever e stalkear? A gente começa vendo as fotos da cunhada e quando se dá conta está vidrada nas imagens da prima da vizinha da nossa amiga de infância. Putz, agora eu mudei completamente de assunto e já não sei mais como cheguei até aqui.

Ah, falava da Cássia e do meu passeio por Laranjeiras. Conversava animadamente com meu crush que, graças a Deus, também gosta de música. Disse a ele que não vi Cássia ao vivo. Por causa de uma cólica infernal, desperdicei a única oportunidade que tive, no século passado, de vê-la em cima do palco numa apresentação em Volta Redonda. Mas já entrevistei o filho da Cássia três vezes. Chico Chico é tímido mas muito simpático. Canta absurdamente bem e aqui vou ser obrigada a mandar aquela frase-clichezona: talento vem no DNA.

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Conversa vai, conversa vem e o papo desencadeou pra “filhos talentosos que conquistam espaços na mesma profissão de seus pais”. Passeamos por vários exemplos, das artes cênicas (Viva Fernandona e Fernandinha!) à poesia (dá-lhe Waly e Omar Salomão!) até nos concentrarmos na música, nosso (quase) lugar de fala.

Não deve ser fácil batalhar por um lugar ao sol (!!) sendo comparado aos seus progenitores o tempo todo. Talvez nem Freud consiga minimizar este karma (eu quis dizer dano). Mas alguns (sobre)vivem um caminho próprio longe da sombra genética. Chico Chico é um deles. Outro Chico que caminha com elegância e humildade nesta estrada é o filho de Carlinhos Brown que ainda tem o “agravante” de ser neto de Deus, ops, de Chico Buarque.

E é sobre este Chico que eu queria falar desde o início desta crônica. Amanhã, o FARO, programa que apresento na rádio SulAmérica Paradiso passará a ocupar o horário nobre do dial carioca. A partir de amanhã, o FARO será transmitido toda quinta, às 20h30. Em agosto, passarei a transmiti-lo ao vivo. O programa continuará na grade também aos domingos das 22h à meia noite (em agosto, a gente começará mais cedo mas isso é papo pra outra coluna). Chico Brown estará comigo nos estúdios ao lado de seus parceiros musicais da banda Baltazar. Divertido, talentoso e gente como a gente, Chico vem construindo, tijolo a tijolo, uma bonita caminhada e certamente vai chegar lá.

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https://www.youtube.com/watch?v=AMKwp-NtDFA

 

Chegar lá é um conceito altamente relativo – atualmente o meu “chegar lá” é dormir oito horas por dia – mas quando penso que meu trabalho e minha vida se encontram quase no mesmo lugar, numa total comunhão, eu me orgulho de estar chegando – parafraseando o português exótico das atendentes de telemarketing – .

No mais, conto com sua audiência!

 

****

#dicadefilme: PARAÍSO PERDIDO. Pessoas têm instruções complexas e merecem ser lidas devagar. No filme de Mônica Gardenberg, todos os personagens são lidos delicadamente. Como se não bastasse esse carinho em tempos de leituras dinâmicas, o longa ainda tem uma trilha sonora deliciosa. Destaque pra cena em que o músico Jaloo relê a música “Amor Marginal” de Johnny Hooker. Filmaço, aço, aço.

 

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