Aldeíde e o novinho
A diferença de idade entre as mais velhas e os novinhos causa repulsa ou afeição?
O assunto está na boca do povo. Uns dirão… que bobagem. Outros, velha safada. Acho a postura da mãe do jovem que se apaixonou pela madura, no folhetim, extrema demais. Mas pensei comigo: e se meu filho jovem se enrabicha por uma balzaca? Na trama ela tem 20 anos a mais do que ele. Com o avançar do romance, aos 50 dele, ela terá 70 anos. Será exagero achar que não dará certo? Que o peso da idade pode atrapalhar no futuro? Que ele estará condenado a ser enfermeiro dela? Tanto preconceito né? Até dessa cronista aqui. E acho o tema importantíssimo pois a régua do tempo está mudando e as novas formas não etárias de se relacionar estão na pauta do dia. Os exemplos são muitos. O mais famoso é o de Emanuel Macron e sua Brigitte mas no seu condomínio deve ter algum caso, quiçá em sua família. Com a mudança da composição dos núcleos relacionais, nesse mundo todes, com muitas versões do afeto, em suas novas definições de trisal e assexualidade, o assunto rende. E esse novelão está trazendo a tona muitos debates bacanas. Ética, escândalos sexuais, alcoolismo, corrupção… numa sucessão de calorosas discussões . A antropóloga Mirian Goldenberg escreveu o livro “Porque os homens preferem as mulheres mais velhas”? Gosto da parte em que ela fala que a estrutura de poder – nesse caso – é mais equilibrada já que a idade dela funciona como um oráculo de experiência evitando jogos de dominação. Os homens mais jovens também citam a menopausa como algo favorável já que sua companheira não irá nunca mais engravidar, dor de cabeça de muitos homens em novas uniões. Auto confiança, e menos neurose com ciúmes ou aparência. Pacientes elas se preocupam em focar na relação e no tempo de qualidade que terão juntos ao invés de joguinhos e babaquices do amor. E eu aqui no sofá torço para que Aldeide e André formem um casal longevo e cheio de amor pra dar. Será um vitória para a classe das maduras.