Escrevi anos atrás uma crônica com esse tema. Chegou a hora de atualizá-la. Não, não, você não leu errado. Eu participo de um grupo fechado no zap, sobre sexo, só com amigas maduras, todas bem resolvidas e ativas no rolê e uma delas postou uma sugestão de fazermos uma listagem mental, dos homens que tivemos na horizontal, e conferir notas às suas performances. Poucos se salvaram. O gabarito foi um vexame em termos de excelência e, quanto mais a idade deles ia avançando, pior o resultado. E não tanto pela potência, mas sim pelo repertório. Em suma: Queremos homens mais livres, mais soltos, vulneráveis e, mesmo aos pedaços, inteiros. Me dá sono essa eterna preocupação com o falo, algo blue pill, sem modernidade. E é justamente quando esse corpo desaba que a oportunidade de transar diferente aparece. Quando o aplauso não te envaidece que o bagulho fica bom. No Rio, cariocas maduros ainda vivem de plateia. Eu nunca mais fingi orgasmo. Eu nunca mais transei sem vontade. Agora minha maior prioridade é a minha segurança mental. E não vejo isso com os homens maiores de idade . Nas rodinhas de conversas, os que estão entre 55 e 75 anos, a temática do “ dei duas”, “ foi uma noite alucinante” “ minha ereção ainda dá um caldo” é comemorada feito conquista da Libertadores. Já entre nós, balzacas, não estamos nem aí para o carro na garagem, para o bate-estaca. Queremos dedos e línguas, papos e vinhos, risos e chamegos. Esse destino completo do arco erótico, que sempre termina com a ejaculação dentre de nós, ficou no passado. Claro que se transamos com um boy magia mais jovem, atlético e animado, tá tudo bem, mas se nossos pares são grisalhos e usados, queremos criatividade. Como hoje tudo vira debate, urge colocarmos na roda uma nova libertação para os homens sexagenários plus que precisam renovar seus repertórios e se livrar de um cativeiro olímpico que não vale medalha alguma. Hoje, o que conta para a mulher 60+, na cama, é troca, gargalhadas e um novo prazer.