Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio
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Livro de Silviano Santiago, desenhado por Hélio Oiticica, vai ser lançado

"Meu primeiro encontro com Hélio Oiticica se deu em Manhattan, no loft do Rubens Gerchman, em 1969. Um ano e meio depois, éramos bons amigos", diz Silviano

Por lu.lacerda
Atualizado em 1 nov 2024, 12h13 - Publicado em 1 nov 2024, 11h05
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  • A Pinakotheke organiza livro de poemas inéditos de Silviano Santiago, todo produzido nos anos 1970, desenhado por Hélio Oiticica: “Meu primeiro encontro com Hélio Oiticica se deu em Manhattan, no loft do Rubens Gerchman, que à época estava casado com a artista Ana Maria Maiolino. Ano e meio depois, em 1971, éramos bons amigos e frequentava seu apartamento no East Village, no quarto andar de um prédio baixo, fino e macambúzio, sem zelador. Tocava a campainha e, lá da janela, ele jogava as chaves. Foi naquele ano que resolvi viver os 35 anos de vida numa série de poemas, a que dei o título de “XXXV”.

    Dois anos depois, tinha um manuscrito datilografado. Hélio quis lê-lo e, ao final do ano de 1973, quando abandonei a carreira universitária fora do Brasil, e regressei definitivamente, entregou-me uma pasta com o design completo do livro”, diz Silviano.

    E segue: “No Rio, a Lygia Pape se incumbiria da complexa execução do livro. Não poderia ter imaginado que os primeiros anos profissionais no Rio seriam de vacas magras. Não foi possível realizar o projeto. Foram-se 50 anos. Passo por cima dos infortúnios porque passou a pasta com o material original.”

    Foi por indicação do poeta Felipe Fortuna, hoje na Coreia do Norte, que Silviano procurou o marchand Max Perlingeiro, da Pinakotheke. Max vai produzir o livro seguindo as orientações expressas em longa carta enviada por Hélio à Lygia Pape no final de 1973. O lançamento está marcado para março de 2025 e terá lugar na Pinakotheke São Paulo, durante uma exposição inédita em que se apresenta Hélio Oiticica ao lado de Waldemar Cordeiro.

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    Silviano não pode esquecer a imagem que ainda guarda de Hélio. “Um ‘wired man’. Sentado à moda ioga ou deitado, passava os dias nos Ninhos. Televisão, câmera fotográfica, projetor de slides, radiogravador, fitas cassete, telefone. Eterno tilintar. Um contínuo desfilar de pessoas amigas. Havia algo no espaço criado no loft da Segunda Avenida que questionava a ideia clássica de ateliê do artista”.

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