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Lu Lacerda

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Jornalista apaixonada pelo Rio

Arnaldo Chuster: psicanalista comenta a “epidemia da solidão”

Relatório sobre “Conexão Social” da OMS diz que 1 em cada 6 pessoas no mundo (16%) diz sentir solidão, associada a mais de 871 mil mortes por ano

Por lu.lacerda
Atualizado em 2 jul 2025, 17h11 - Publicado em 2 jul 2025, 14h00
solidão
 (Gemini/Reprodução)
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Perguntado sobre a “epidemia da solidão”, depois de um estudo divulgado pela OMS esta semana, o psicanalista Arnaldo Chuster diz à coluna que “os sentimentos de solidão são inseparáveis dos sentimentos de dependência, que, por si mesmos, já são dolorosos, mas podem ficar mais ainda em virtude dos sentimentos de ódio despertados por essa dor”.

O relatório sobre “Conexão Social” da OMS destaca que uma em cada seis pessoas no mundo (16%) diz sentir solidão, causando impactos “significativos na saúde e no bem-estar”, e associa a solidão e o isolamento social a mais de 871 mil mortes por ano, 100 a cada hora. Os estudos começaram em janeiro, quando a OMS declarou a solidão como uma epidemia global e criou a Comissão Internacional para Conexão Social.

“Nesta era em que as possibilidades de se conectar são infinitas, cada vez mais pessoas estão se sentindo isoladas e solitárias”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em nota.

Chuster cita também que “existem pessoas que ficam facilmente desoladas se alguém não lhes dá atenção, mesmo em relação a quem pouco significa para elas. Outras se acham insatisfeitas consigo mesmas no que concerne a qualquer coisa e assim se sentem inferiores, sozinhas. Outras experimentam uma necessidade muito grande de elogios e aprovação para afirmar que são dignas de amor, e ficam sozinhas para não se expor à prova de que são capazes de amar. A solidão produz muitas dúvidas com relação a qualquer capacidade. Até mesmo os eremitas, isolados por aparente vontade própria, estão sempre experimentando fantasias com pessoas que se transformam em perseguidores. Trata-se da vontade de estar acompanhados”, resume.

Há dois anos, Vivek Murthy, o hoje copresidente da comissão da OMS, autoridade máxima de saúde pública do país, divulgou um relatório sobre a “epidemia da solidão”, que, segundo ele, cresceu silenciosamente durante décadas — um enorme problema de saúde pública. “O impacto na mortalidade de estar socialmente desconectado é semelhante ao de fumar 15 cigarros por dia”, comparou o médico à época.

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Segundo o novo documento, a solidão afeta pessoas de todas as idades e regiões do mundo, porém de forma mais significativa jovens e moradores de países de média e baixa rendas — 20,9% dos indivíduos entre 13 e 17 anos, e 17,4% dos entre 18 a 29, relatam se sentir solitários. Na outra ponta, apenas 11,8% dos maiores de 60 anos manifestam solidão.

Entre as regiões da OMS, os maiores percentuais de solidão foram observados na africana (24,3%) e na do Mediterrâneo Oriental (21%); nas Américas, 13,6%, e a menor proporção está na região europeia, com 10,1%.

Os países de baixa renda têm a maior prevalência (24,3%), enquanto os de renda alta têm a menor (10,6%), menos da metade, ou seja, uma prova de que o dinheiro compra até amizades sinceras?

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