Bares são novas apostas de chefs conhecidos do Rio
Nos últimos anos nomes consolidados em restaurantes cariocas resolveram apostar na comida de bar

Já há alguns anos chefs que ganharam fama comandando restaurantes na cidade começaram a apostar também na comida da bar. Esse movimento vem ganhando cada vez mais força e já é uma nova tendência da gastronomia carioca.
Pioneiro nessa caminhada com o Boteco Rainha, Pedro Artagão destaca que os chefs conseguem assim atingir um público maior: “É uma forma de levar o nosso trabalho para um público mais diverso, em espaços onde a conversa flui e a gastronomia se torna parte do encontro”. Movimento que Elia Schramm lembra que diferentes chefs premiados pelo mundo já haviam feito, buscando operações mais simples em bistrôs e hamburguerias.
Para levar a sua assinatura gastronômica para o ambiente descontraído dos bares Artagão apostou em porções compartilháveis, com sabores intensos e apresentação simples. Foi o mesmo caminho dos outros chefs que se aventuraram depois dele. A frente do Tijolada, Thomas Troisgros revela que não há muita diferença na cozinha: “Em termos gastronômicos, o conhecimento e técnicas usadas são as mesmas. O objetivo final é sempre comida bem feita, saborosa sem invencionices”.
Já a operação requer adaptações. Bruno Katz, que recentemente levou sua expertise em bares para Búzios com a abertura do Xerelete, destaca a volumetria maior. Elia, novato no time, lembra que a bebida ganha protagonismo. “Representa cerca de 70% das vendas, contra 30% de comida, enquanto em restaurante é o inverso”, explica o comandante do Jurubeba. Outra diferença é o tempo de permanência maior dos clientes na mesa.
Nada que assuste os chefs empreendedores. Thomas lembra que os cariocas adoram esse ambiente descontraído onde você pode só ir tomar um chopp, ou comer um petisco ou um prato. Algo que todos os chefs destacaram como o que os motivou a investir nesse segmento. “É comida com boa execução, mas simples, e com chope gelado”, resume Katz.