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Rita Fernandes

Por Rita Fernandes, jornalista Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

Arranque!: a cultura dos “paredões” chega mais uma vez ao CCBB

Festival dedicado ao som automotivo leva shows, filmes e debates gratuitos ao Centro do Rio.

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Atualizado em 18 jul 2025, 19h52 - Publicado em 18 jul 2025, 15h18
Festival Arranque!, baseado na cultura dos paredões, no fim de semana no CCBB.
Festival Arranque!, baseado na cultura dos paredões, no fim de semana no CCBB. (Adriana Nestea/Divulgação)
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É um som potente, que vem das imensas caixas de som que ecoam nas ruas, vielas e estradas do Brasil. A sound system, ou cultura do paredão, é uma modalidade de música com grandes equipamentos de som nas ruas, muito popular em estados como o Maranhã e o Pará, por exemplo, e que chega mais uma vez para ocupar o CCBB, conectando territórios e principalmente periferias.

O Arranque! acontece nesta sexta (18) e amanhã, sábado (19), como uma edição mais enxuta do Festival Paredão Ocupa o Museu, realizado no ano passado e que foi um sucesso. A programação musical traz representantes de diferentes lugares e estilos, criando um verdadeiro panorama sonoro.

Com programação totalmente gratuita, acontece tanto nos espaços internos e externos do CCBB, com shows, mostra de filmes e ciclos de debates. Serão 16 atrações musicais de diferentes regiões brasileiras em Paredões de Som Automotivo, que ocuparão o CCBB com formatos inusitados de caixas acústicas.

A abertura aconteceu na quinta-feira (17), com Valesca Popozuda (RJ), ícone do funk, e outros artistas consagrados Brasil a fora. E segue neste fim de semana com artistas inéditos em solo carioca como a super poderosa DJ Méury (PA), uma das maiores representantes femininas do tecnomelody. Completam a programação Paulilo Paredão (BA), DJ Boneka (PE), DJ Jeffdepl (PI) e DJ Brunoso (MA) que sobem ao palco ao lado de destaques como a artista queer maranhense Emme Paixão (MA), Carlos do Complexo (RJ), Jéssica Salty (RJ), Cabra Guaraná (DF). Os shows acontecem a partir de 21h e a retirada de ingressos é pelo site do CCBB.

A programação inclui ainda exibição de filmes – nove curtas e um longa-metragem – e mesas de debate. Entre os temas estão o direito à cidade, os sons como identidade e o mapeamento cultural através da música que evidenciam o papel dos paredões automotivos como expressão cultural de periferias e interiores do país.

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A primeira edição do Festival Paredão Ocupa o Museu, realizada em 2024 no CCBB Rio, atraiu cerca de 9 mil visitantes e se firmou como uma potente plataforma de intercâmbio entre expressões culturais periféricas e do interior do Brasil. A programação reuniu grandes estruturas sonoras e diferentes musicalidades — do tecnobrega paraense ao funk carioca — em uma experiência imersiva que combinou música, dança, projeções audiovisuais e comidas típicas. A edição atual é uma edição especial, com recorte reduzido e foco no som automotivo, não está sendo considerada uma nova edição do festival, mas sim uma ação pontual.

Arranque!: a cultura dos “paredões” chega mais uma vez ao CCBB
Show de Valesca Popuzada na abertura. ()

Mostra de Cinema

O festival também exibe curtas e um longa-metragem que exploram o som automotivo como manifestação cultural e política em diferentes regiões do Brasil. A mostra de cinema será aberta com o documentário Terror Mandelão, de Felipe Larozza e GG Albuquerque, que revela os bastidores da cena automotiva e a ascensão de nomes como DJ K, o Bruxo, em São Paulo. O curta Fluxo também se passa na capital paulista e retrata o baile funk como espaço de identidade e resistência para a juventude periférica, além do filme Beat é Protesto, que traz o funk através da ótica feminina.

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Do Norte do país, o destaque é Raízes amplificadas: Technobrega em Belém, produção que traça uma breve história das tradicionais aparelhagens sonoras do Pará e sua importância na cultura tecnobrega. Já no Nordeste, o som dos paredões aparece sob múltiplos olhares: Maremoto, curta ficcional do Rio Grande do Norte, insere os paredões no contexto de uma trama de juventude; Eleição é Festa, de Aracaju, mostra o uso dos carros de som em campanhas políticas inusitadas protagonizadas por personagens como Batman e Robin; e O Homem que Era Luz, da Bahia, narra a história emocionante de um inventor de trio elétrico, revelando a potência sonora como forma de celebração e identidade regional. O Sul também marca presença com Auto Som Pia, curta que apresenta um panorama do som automotivo no Paraná, abordando a cena local com olhar documental e sensível. Em conjunto, os filmes da mostra evidenciam como os sistemas sonoros — de paredões a trios — são ferramentas de expressão, resistência e pertencimento em diversos territórios brasileiros.

Confira a Programação detalhada nas redes sociais do Festival Paredão.

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