O retorno do MIMO Festival e a pauta LGBT no Cine Diversidade
Fim de semana com muita música boa, filmes temáticos e documentários, workshops e troca de ideias, com a realização de dois festivais digitais importantes
![O Mimo é um dos mais importantes festivais brasileiros que, esse ano, por causa da Covid-19 só terá edição digital.](https://beta-develop.vejario.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/07/Mimo-Marina-da-Gloria-.jpg?quality=70&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Há muito tempo sou frequentadora assídua do MIMO, seja em Olinda, no Rio ou em Paraty. É, sem sombra de dúvida, um dos melhores e mais importantes festivais do país, que nos apresenta o que há de melhor na música instrumental e de vanguarda, brasileira e internacional, com a curadoria ímpar e direção artística de Lu Araujo. Sem contar o encantamento dos lugares onde geralmente é realizado, verdadeiros patrimônios históricos e culturais. Me lembro com saudades da edição na Praça Paris, aqui no Rio, e da última edição presencial em Olinda, em 2019, quando a gente ainda podia se aglomerar.
Depois da ausência em 2020, por conta da pandemia, quando então não pode ser realizado, agora o festival se ajusta ao novo formato digital, mas com a mesma força e line-up que só aumentam o nosso desejo de que um dia a gente possa, de novo, se reunir em lugares públicos em torno da boa música. Mas, por enquanto, será apenas no mundo virtual.
![Duda Brack Duda Brack, artista que já foi eleita pela crítica como artista revelação.](https://beta-develop.vejario.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Duda-Brack-1.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
O MIMO Digital acontece pelo Youtube e traz shows inéditos e exclusivos, filmes, palestras e workshops. E reserva uma novidade: dedicará um dia para cada cidade que faz parte de seu roteiro presencial, com shows de imagens que vão remeter a outros anos do festival. O MIMO São Paulo acontece no dia 26 de março (sexta), o MIMO Rio de Janeiro em 27 de março (sábado) e o MIMO Olinda em 28 de março (domingo).
Abrindo as apresentações do primeiro dia, a jovem e talentosa Duda Brack. Depois, a paulista Cida Moreira que aproveita para lançar em primeira mão o álbum “Um copo de veneno”, seguida do cantor pernambucano Otto, que revisita mais de duas décadas de música em seu novo show.
![Luciane Dom _ Aceleração LABSONICA @marcoshermes-4 Luciane Dom traz seu clima enérgico para o palco e seu estilo, que reúne música brasileira com reggae, sons do candomblé e sua visão moderna do jazz.](https://beta-develop.vejario.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Luciane-Dom-_-Acelera%C3%A7%C3%A3o-LABSONICA-@marcoshermes-4.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
No segundo dia, Luciane Dom traz seu clima enérgico para o palco e seu estilo, que reúne música brasileira com reggae, sons do candomblé e sua visão moderna do jazz. O irreverente e cheio de atitude Caio Prado, mostra um trabalho de música popular brasileira contemporânea. Pedro Luís vem com sua emotiva interpretação de Luiz Melodia, a quem presta homenagem com releituras de suas músicas. O trio Tuyo sobe ao palco fundindo texturas eletrônicas com temáticas existenciais. E, encerrando, a cantora baiana Luejdi Luna apresenta seu novo álbum, “Bom mesmo é estar debaixo d’água”.
No terceiro e último dia, a pernambucana Natascha Falcão faz a performance de pré-lançamento do álbum “Ave Mulher”, que traz o coco urbano do Recife – mas também xote, ciranda, boemia e macumba, com texturas, timbres e beats eletrônicos. E nesse dia tem Almerio, que sobe ao palco com toda a força de sua voz e performance. Uma novidade já anunciada por ele em suas redes sociais é o novo disco com interpretação das canções de Cazuza, no qual tem o privilégio de cantar “Brasil” ao lado de Ney Matogrosso. Vai ser disco pra gente ouvir de joelhos, agradecendo a Biscoito Fino e a Parças do Bem por essa imensa oportunidade.
![Fotos DVD Almério Almerio, que sobe ao palco com toda a força de sua voz e performance, já anunciou em suas redes que vai gravar Cazuza.](https://beta-develop.vejario.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/03/Alme%CC%81rio-foto-Juarez-Ventura.jpg?quality=70&strip=info&w=650)
Dando sequência, Zé Manoel apresenta o álbum “Do meu coração nu”, com produção musical de Luisão Pereira. Encerrando com chave de ouro, o MIMO apresenta um show exclusivo, gravado em Paris, do coletivo francês Nouvelle Vague, que criou um estilo único e conta com uma legião de fãs pelo mundo.
Agitando a pista entre os shows, o VJ e DJ Montano levará ao palco projeções de imagens e sua mistura de ritmos como o samba-jazz, maracatu, latin groove, Tropicália, soul music, afrobeat, ska, acid jazz e funk.
Além das atrações musicais, o evento terá ainda workshops, Fórum de Ideias e o já tradicional Festival MIMO de Cinema, com apresentação de sete filmes durante os três dias de evento através da plataforma Vimeo: https://www.vimeo.com/mimofestival (VOD) .
Para conferir toda a programação, que mesmo no digital se mantém totalmente gratuita, basta acessar https://www.youtube.com/channel/UCx7Lun9W8-EkjXnEQri_CfA
Festival de Diversidade
Outra super dica é a 4ª Edição do “Cine Diversidade – gênero e sexualidade no cinema”, mostra de curtas-metragens independentes brasileiros sobre gênero e sexualidade. Temática mais que importante, para levar cada vez mais o debate a múltiplos públicos e ajudar a quebrar as barreiras do preconceito. A iniciativa, que tem como objetivos desconstruir tabus, colocar em pauta questões de visibilidade, protagonismo e empoderamento de mulheres e LGBTs vai exibir até o dia 26 de março, sábado, os 60 filmes selecionados no Youtube da Coletiva DELAS, realizadora do projeto junto à plataforma Freelas.
Ao todo, o festival recebeu mais de 190 inscrições de filmes de todo o Brasil. Assim como ocorreu nas últimas edições, os escolhidos concorrem a uma premiação decidida a partir de voto popular. O mais votado receberá R.000,00, um curso completo sobre soft skills e inovação para profissionais criativos e um desconto de 10% para a contratação de um serviço criativo na plataforma Freelas. O segundo e terceiro mais votados receberão um prêmio de R0,00, o curso completo de soft skills e inovação e um desconto de 5% .
A Mostra “Cine Diversidade – gênero e sexualidade no cinema” já ocorreu no Centro de Artes da Maré, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, na Fundição Progresso, no IFRJ, no Festival LGBT de Favelas, na Arena Dicró e em 2020 teve sua 3ª edição também realizada on-line. Nesta edição também será realizada a live “Como bombar nas redes”, com a atriz e influencer digital Gabriela Loran e três oficinas gratuitas: “Criando Narrativas Diversas”, “Indústria Audiovisual e Representatividade LGBTI+” e “Bora de live, gurias?”.
Para se inscrever, basta acessar https://bit.ly/MOSTRACineDiversidade e garantir o ingresso. As vagas são limitadas.
Rita Fernandes é jornalista, escritora, roteirista, pesquisadora de cultura e carnaval.