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Rita Fernandes

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Um olhar sobre a cultura e o carnaval carioca

Roda de Ska: o ritmo caribenho agita quiosque no Arpoador

Músicos fazem uma animada apresentação de clássicos do ska, como The Specials, Jimmy Cliff e Paralamas, e a próxima roda será em novembro

Por Rita Fernandes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 set 2022, 18h30 - Publicado em 30 set 2022, 14h55
Roda de Ska no Arpoador.
Roda de Ska no Arpoador (Ana Laura Beckert/Arquivo pessoal)
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A roda estava armada, ali no Arpoador. Mas não era de samba, era uma roda de ska. Só o Rio mesmo, com suas novidades. E ninguém menos que Chris Martin apareceu pra dar uma conferida. Quase irreconhecível, o astro do Coldplay, que tinha feito show no dia anterior no Rock In Rio, se juntou à galera de short, camiseta e descalço, no melhor estilo praiano carioca. O vídeo viralizou com a apresentação do grupo num domingo chuvoso, ali no Alalaô Kiosk, em frente ao Hotel Fasano.

Novidade recém surgida na orla do Rio, a Roda de Ska começou de forma absolutamente despretensiosa, uma ideia do dentista e músico amador Leonardo Villa Verde, o Léo, que adora o gênero. Ska, pra quem não sabe, é aquele ritmo caribenho que a gente conhece na música do Paralamas, “a vida não é filme e você não entendeu…”. Surgido na Jamaica no final da década de 1950, combina elementos musicais caribenhos com o jazz e o rhythm and blues americanos, e foi precursor do reggae.

Léo conta que ele e alguns amigos começaram a brincadeira em Ipiabas, distrito de Barra do Piraí, no interior do estado do Rio, de onde ele vem. “Pensei que seria legal fazer uma roda igual aos caras do samba, juntar e tocar sem ensaio, no bar, na rua, mas queria o ska que é o que eu gosto”, diz. Foi assim, que do interior vieram vindo para o Rio, até chegar no Arpoador.

Músicos vêm de diferentes cidades do interior, como Volta Redonda e Piraí, para as apresentações, que consideram uma diversão.
Músicos vêm de diferentes cidades do interior, como Volta Redonda e Piraí, para as apresentações, que consideram uma diversão. (Ana Laura Beckert/Arquivo pessoal)

Los Benicios Faltosos é a banda da qual Léo faz parte, e a eles se juntaram integrantes da Jamelão Sound System e da Don Robalo. Hoje, o grupo é formado por 15 músicos, sendo que seis formam o chamado núcleo-duro da brincadeira: Crisão Montella (cajon) e Fantasma (ukulelê e voz), de Barra do Piraí; Moises Ferreira (trombone) e Joyce Kelley (sax), de Volta Redonda; e Paulo Monnerat (baixo) e Léo Villa Verde (ukulelê e voz), que moram no Rio.

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Como o ritmo é super dançante e envolvente, a roda é uma delícia, com repertório repleto de clássicos do ska como The Skatalites, The Specials, Jimmy Cliff, Madness, mas também músicas autorais das três bandas e, claro, muito Paralamas, além de outras bandas nacionais.

“A ideia é meramente diversão, estamos ali pelo prazer de tocar”, diz Léo. “Os amigos embarcaram e a galera gostou, e agora estamos aí fazendo a roda de ska”, diverte-se. Claro que para ajudar a pagar os custos, como a gasolina dos que vêm de fora, entre outros, a turma passa o chapéu. Há também uma camiseta do projeto à venda no quiosque.

A próxima roda está prevista para novembro, podendo acontecer no dia 6 ou 13, ainda a confirmar, a depender da combinação entre os músicos e também do tempo, que não está dando trégua no Rio. Para ficar sabendo, acompanha lá no Instagram: @rodadeska. Eu já prometi, estarei lá.

Rita Fernandes é jornalista, escritora, presidente da Sebastiana e pesquisadora de cultura carioca e carnaval.

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