Marianne North: uma aristocrata inglesa no Rio imperial
Na minha próxima viagem a Londres vou incluir no roteiro uma ida ao Real Jardim Botânico de Kew, que abriga uma das mais belas homenagens ao Rio de Janeiro. Trata-se da coleção de óleos sobre papel pintados pela artista e botânica inglesa Marianne North. Um tesouro formado por quase 900 pinturas, entre as quais quase […]
Na minha próxima viagem a Londres vou incluir no roteiro uma ida ao Real Jardim Botânico de Kew, que abriga uma das mais belas homenagens ao Rio de Janeiro. Trata-se da coleção de óleos sobre papel pintados pela artista e botânica inglesa Marianne North. Um tesouro formado por quase 900 pinturas, entre as quais quase uma centena sobre o Rio. Apesar de ter produzido muito mais do que outros pintores viajantes mais renomados, Marianne permaneceu quase desconhecida por aqui até a publicação de A viagem ao Brasil de Marianne North: 1872 -1873, catálogo raisonné organizado por Júlio Bandeira e editado pela Sextante.
Ao lado dos diários da também inglesa Maria Graham, que cá esteve por três ocasiões pouco depois da independência, as pequenas telas retratando a exuberante natureza carioca são os principais registros femininos feitos da cidade no século 19. A razão para terem ficado tanto tempo longe do alcance do grande público, mesmo na forma de livros, escapa à mera questão de gênero. Receosa da qualidade das reproduções de suas telas, Marianne proibiu que se reproduzisse suas pinturas. Até 1980, a galeria no jardim botânico de Kew era o único lugar onde elas poderiam ser vistas.
Reproduzo aqui um trecho da autobiografia de Marianne North traduzida por Júlio Bandeira cuja transcrição parcial consta de A viagem ao Brasil de Marianne North: 1872 -1873: “Bastaram mais dois dias para que o vapor nos levasse a salvo para a bela baía do Rio de Janeiro, que é certamente a mais bonita paisagem marítima do mundo: até Nápoles e Palermo devem se contentar com um segundo lugar em termos de beleza natural”.
Acima vemos, as palmeiras da Rua Paissandu; a Lagoa Rodrigo de Freitas; o Jardim Botânico do Rio de Janeiro; a vista do Corcovado tomada a partir da rua que daria origem a atual Rua São Clemente; e a vista do Pão de Açúcar pintada de dois ângulos: da Vista Chinesa e de Santa Teresa/ Reprodução
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