Crítica: Um Dia Qualquer
✪✪✪✪ UM DIA QUALQUER, de Julia Spadaccini. Aos 35 anos, a carioca Julia Spadaccini é uma dramaturga em ascensão. Recebeu duas indicações consecutivas ao Prêmio Shell uma em 2012, por Quebra Ossos, e a mais recente, divulgada no fim de julho, por Aos Domingos. A comédia Um Dia Qualquer confirma, uma vez mais, o talento da […]
✪✪✪✪ UM DIA QUALQUER, de Julia Spadaccini. Aos 35 anos, a carioca Julia Spadaccini é uma dramaturga em ascensão. Recebeu duas indicações consecutivas ao Prêmio Shell uma em 2012, por Quebra Ossos, e a mais recente, divulgada no fim de julho, por Aos Domingos. A comédia Um Dia Qualquer confirma, uma vez mais, o talento da autora na condução de boas histórias. Aqui, ela parte de uma situação prosaica: o encontro de quatro desconhecidos em um banco de praça. Os personagens é que não são exatamente banais. São eles, por ordem de chegada em cena, um advogado tentando se mostrar mais seguro do que é (Leandro Baumgratz), uma professora de inglês um tanto carente (Anna Sant’Ana), um ator amargurado que vive de animar festas infantis (Rogério Garcia) e uma enfermeira meio excêntrica (Dida Camero). De forma inesperada, todos se desarmam e vão dividindo suas inquietações. Nos diálogos, que guardam algo do teatro do absurdo, a dramática banalidade do ser humano emerge de forma muito bem-humorada, mérito em grande parte da direção de Alexandre Mello (parceiro de Julia em Quebra Ossos). No elenco, todos têm seus momentos de brilho individual, mas rendem ainda melhor em conjunto.