Crítica: Ricardo Blat estrela ousada peça na Casa de Cultura Laura Alvim
Ao lado do maestro Fernando Moura, ator levanta questionamentos sobre o lugar de cada um no mundo de hoje
NMDN – No Meio do Nada. Quando se apresentou pela primeira vez, em 2002, no extinto festival Rio Cena Contemporânea, o espetáculo trazia um caráter de ficção científica. Em cena, Ricardo Blat encarnava um homem cuja mente havia sido obstruída por pensamentos e diálogos incessantes. O que antes poderia ser interpretado como loucura ou até mesmo controle da mente, hoje se adapta perfeitamente a uma metáfora sobre o enorme volume de informações a que estamos constantemente sujeitos nos novos tempos. Questionamentos sobre o lugar de cada um no mundo moderno e individualismo são alguns dos temas discutidos. Ousada e experimental, a montagem escrita e dirigida por Rogério Blat passou por vários formatos até chegar na proposta intimista em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim. Ali, com uma proximidade quase opressora da pequena plateia, Blat dá um show cênico e comprova (mais uma vez) ser um dos grandes nomes da sua geração. Igualmente importante, o maestro Fernando Moura – ora bastante compenetrado, ora em momentos de clara diversão – dita o clima através de uma intensa trilha sonora executada em um teclado, uma escaleta e um instrumento japonês chamado Tenori-On. (60min). 16 anos. Casa de Cultura Laura Alvim. Avenida Vieira Souto, 176, Ipanema. Sexta e sábado, 19h; domingo, 18h. R$ 40,00. Até o dia 10.