De família adepta do samba (os primos Jorge Alexandre e Junior de Oliveira comandam a roda Quintal da Magia, em Brás de Pina), o carioca Edson do Amaral, 43 anos, mais conhecido como Dinho, é figura tarimbada na faixa de areia que compreende o trecho entre os postos 11 e 12, no Leblon. Desde 2008 com seus inconfundíveis galões de mate e de limão, ele costuma andar cerca de 8 quilômetros por dia de batente.
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Com a pandemia, que virou a rotina ao avesso, sobretudo com as limitações de circulação na praia, ele resolveu inovar e passou a entregar a inconfundível dobradinha de mate e limão na casa da freguesia. “Foi uma alternativa para me manter na ativa e, ao mesmo tempo, colocar o arroz com feijão na mesa. Graças a Deus tem dado certo”, conta o vendedor, morador de Guadalupe, na Zona Norte, que tem na carteira de clientes nomes como o cantor e compositor Gabriel Cavalcante (Da Muda) e o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL).
Sob o bordão “o geladão voltou”, Dinho entrega o litro da bebida por R$ 17,00 e o limão pelo mesmo valor (esse é o mínimo, aliás, para receber tudo no conforto do lar) sem acréscimo de frete. “Marketing é tudo. E o biscoito Globo sai de brinde”, enfatiza Dinho, que sai de casa diariamente, às 7h, começa o trajeto de porta em porta às 8h e volta para casa após sete da noite. “Tem que ter visibilidade. No subúrbio, por exemplo, meu produto passa batido, porque o cara não tem o hábito de beber mate. Na Zona Sul, por outro lado, gera curiosidade, porque não se costuma beber refrigerante”, observa Dinho, que vende entre 35 e 50 litros por dia num percurso que vai desde o Rio Comprido aos bairros da Zona Sul.
Apesar de estar fazendo sucesso com o serviço, ele confessa que não vê a hora de a pandemia passar para poder voltar à areia com tranquilidade (vale lembrar que durante o decreto da prefeitura, em vigor até domingo (4), não se pode permanecer ali). “Na areia, você interage, num sente o dia passar e nem o peso do galão. Não estou lá só para vender, mas para fazer amizades também. De porta em porta, a logística é bem mais complicada”, compara. “Na praia, meu grito pode ser ouvido a meio quilômetro. Isso exige uma certa terapia, tá? Não pode beber gelado, dormir tarde, nem se expor ao ar condicionado. Tem que chegar em casa e descansar, porque senão a garganta num aguenta. Mas eu adoro”, explica ele, todo carismático.
Aos interessados, os pedidos, com um dia de antecedência, podem ser feitos via WhatsApp 99158-5537 ou pelo instagram @dinhogordinhu.
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